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Bernat Estaniou é um servo da terra e como tal, deve obediência e respeito ao seu senhor feudal. No outono de 1320, no principado da Catalunha, Bernat observa ansioso sua noiva Francesca e os convidados de sua festa de casamento. Tudo corre bem, até que o seu senhor, vindo de uma caçada, exige ser convidado para as bodas.Não demora muito até que ele percebe os encantos de Francesca e exige o direito de firma de spoli forzada , ou seja, o direito de se deitar com a noiva em sua primeira noite. Francesca após ser espancada e estuprada, ainda é obrigada a deitar-se com seu marido sob os olhares de soldados, para evitar que uma gravidez seja atribuída ao senhor feudal.
Ela engravida e nasce Arnau, um menino saudável e que devido a um sinal de nascença é indiscutivelmente filho de Bernat Estaniou.
O senhor da terra se tornou motivo de chacota nas redondezas, seria ele incapaz de fazer um filho?
Decidido a dar um fim aos comentários, leva Francesca e Arnau para seu castelo e lá, mãe e filho são separados. Ela é usada como ama de leite e fica a "disposição" dos soldados e o bebê é deixado junto ao estábulo a mercê da própria sorte.
Bernat resgata seu filho, não tem para onde ir, mas se lembra dos boatos sobre a grande Barcelona. Se conseguir viver na cidade durante 1 ano e 1 dia se torna cidadão e homem livre, esperançoso sobre um futuro incerto, ruma para Barcelona com Arnau.
Na grande cidade, pede o auxílio de sua irmã e de seu cunhado, um artesão em ascensão e com grandes ambições. Começa a trabalhar na oficina de seu parente e percebe que sua vida pouco mudou, deixou de ser um servo da terra para ser servo da nobreza.
Arnau conhece Joan, um garoto sofrido, sem pai e com uma mãe condenada ao enclausuramento por adultério, vive pelas ruas de Barcelona. Bernat se compadece do melhor amigo de seu filho, são inseparáveis, decide adota-lo após a morte de sua mãe.
Anos se passam e Bernat se vê em uma Barcelona assolada pela fome e desespero dos pobres. Bernat, que até então se mostrou um homem pacifico, é tomado pela fúria e incita uma revolta popular. O caos toma conta da cidade e o rei ordena que seus soldados reprimam a rebeldia e prenda seus lideres. Bernat é preso e enforcado sumariamente em praça pública.
Arnau tem apenas 12 anos, mas ao ver que mais uma vez seu pai foi humilhado e injustiçado, jura vingança.
Após a morte de Bernat, a vida de Arnau e Joan tomam rumos diferentes. Joan é apoiado pelo padre da Ireja do Mar e vai estudar em uma escola católica, segue a carreira eclesiástica e surpreende ao se tornar um inquisidor implacável.
Arnau não teve a mesma sorte e depende de seu esforço para se sustentar. Apesar de ser um menino mirrado, se torna um baitax (estivador) e carrega em suas costas as pedras para a construção da catedral do povo, a sua catedral.
Com o passar dos anos, ascendeu da servidão... foi um baitax, soldado, cambista e até cônsul do mar. Conquista o apoio da realeza e de homens ricos e por fim... recebe o titulo de conde.
O ciúme e o ódio de uma mulher rejeitada, o leva a enfrentar a inquisição, segredos são revelados e o passado remexido, e assim...descobre quem são seus verdadeiros amigos e inimigos.
Mas também conhece o amor sincero e incondicional, o companheirismo e a amizade.
E finalmente, ajudado por fieis amigos consegue a tão sonhada vingança que jurou junto ao corpo de seu pai.
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Com uma narrativa detalhada e rica em relatos históricos, Ildefonso Falcones, me proporcionou uma leitura arrebatadora e voraz. Sentidos são aflorados, feridas quase cicatrizadas são reabertas, desencontros, ambição e vingança, foram alguns dos sentimentos experimentados.
A Catedral de Santa Maria Do mar é um templo gótico construído em uma Barcelona medieval no séc. XIV. "A
igreja do povo, construída pelo povo e para o povo", este foi o
espírito impresso em sua construção e ao ler o livro percebe-se o quão
verdadeira é a citação. A catedral do Mar levou 55 anos ininterruptos
para ser erguida, cada pedra foi carregada, esculpida e sedimentada
pelos fieis mais humildes, a fé e a devoção foram o alicerce destes
homens.
É uma história emocionante, onde junto com os personagens,
realmente vivenciei as dificuldades de sobreviver em uma época tão
conturbada e a impossibilidade de lutar contra a miséria e a servidão. A
segregação social era tratada com naturalidade e as diferenças vistas
como uma dádiva concedida apenas aos merecedores....Nobres de sangue.
O
protagonista, Arnau Estaniou, é cativante. Sua história de amor e
sacrifício junto a construção da catedral é comovente. Se opõe ao
orgulho e a soberba, sempre agindo com justiça e a favor dos humildes.
Revela o apogeu de uma Barcelona próspera, mas profundamente doente.
Mas não há só dor em "A Catedral Do Mar", aprendemos que o amor pode se corromper, mas também supera qualquer obstáculo e a amizade sincera daqueles que nos presenteiam com ela, mesmo a mais improvável, deve ser cultivada e defendida com afinco.
Não conhecia o livro e injustamente nunca o vi em um lugar de destaque em uma livraria.
Com certeza é um livro que vale a pena ser lido e relido, vai ocupar um lugarzinho especial na minha estante.
Falcones, Ildefonso. A Catedral do mar. Rocco, 2009. 592 p.
Hérida, que história interessante!!!
ResponderExcluirEu também adoro romances históricos :)
Vou procurar este livro para mim!!!!
Bj
Eu também adoro romances históricos :) [2]
ResponderExcluirMinha época predileta é a medieval. De livraria não lembro de ter lido nada, mas de banca.... ah, os romances medievais da Hannah Howell são os meus preferidos, tenho todos dela.
bjss
Eu também adoro romances históricos :) [3]
ResponderExcluirAdorei a dica =o***
Oieeeee, tudo bem???
ResponderExcluirLá no meu blog, hj, tem o primeiro post off topic desde o lançamento....mas é por uma boa causa...me ajuda? Hein? Hein? Hein?
Com certeza um dia vou ler esse livro....bejokas elis
ResponderExcluirTambém achei fascinante, já está na lista dos desejados !Bjs !
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