"A FARSA" (Christopher Reich)

Eis que "A Farsa", veio juntar-se à minha pilha imensa de livros para ler, através de uma troca. Confesso que no inicio, o livro não me chamou a atenção e ficou encalhado em minha estante por muitos meses.

Até que, com o tédio e a falta de motivação que me assolaram durante as férias, resolvi limpar e organizar meus livros. E lá estava ele, intocado, embaixo de tantos outros.

Bem... o que posso dizer é que gostei do livro mais do que imaginei, mas não tanto quanto gostaria.
O inicio do livro se divide em três acontecimentos paralelos, por isso deve-se ter atenção nessa fase. Um leitor desatento pode se confundir. Mas, a partir do meio do livro as histórias se convergem e tudo fica mais claro.

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Jonathan Ransom é um respeitado cirurgião, que trabalha na ONG Médicos sem Fronteiras. Sem raízes, vive pouco tempo em um lugar, está sempre viajando para lugares onde seus serviços são necessários.
Casado com Emma, uma enfermeira, ambos levam assistência à lugares assolados por guerras, terrorismo e desastres naturais.

Emma é uma mulher delicada e tímida, tem medo de dirigir, possui aversão à armas e luta com afinco para fornecer suprimentos e medicamentos aos necessitados.
Jonathan é apaixonado por alpinismo e em uma de suas excursões, leva Emma consigo. Mas parece que a sorte não está ao lado do casal. Durante a escalada uma tempestade se forma e Emma sofre um acidente, cai em uma greta a mais de 100m de profundidade.
Não há como resgatá-la.

Torporoso com o acontecimento, Jonathan se refugia em seu quarto de hotel e aguarda desolado a tempestade ceder e ser possível resgatar o corpo de sua esposa.
Vinte e quatro horas depois do ocorrido, recebe um misterioso envelope sem remetente, endereçado a Emma. Dentro do envelope, há somente dois recibos de bagagem.
Junto com uma antiga amiga de Emma, Jonathan vai retirar as malas em uma distante estação de trem.
Ao abrir as malas é surpreendido.

Jóias, roupas caríssimas, chaves de um Mercedes-Benz, instruções de como encontrar o carro e documentos de uma mulher chamada Eva Kruger. Mas, ao prestar mais atenção aos documentos, percebe algo terrível!
Aquela mulher, Eva Kruger, sua fotografia é de..... Emma!

Atordoado e confuso com a nova informação, se recusa a aceitar que sua vida é um teatro, que ele é apenas um fantoche.
Oito anos de casamento, de cumplicidade, como ela conseguiu enganá-lo?
Mas então.... quem ela é? O que ela faz?

Em sua odisseia em busca de respostas, ele acaba se envolvendo cada vez mais nesta teia de intrigas e enganos. É caçado implacavelmente e uma sucessão de acontecimentos o coloca frente a frente com um plano terrorista. Mas os responsáveis pelo ataque não é quem ele imagina, tudo não passa de um engodo. E os motivos são inacreditáveis.

Jonathan precisa impedi-los!

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Quando iniciei a leitura fiquei surpresa com o ritmo do livro, ele é ágil, envolvente, e me deixou curiosa. A história me manteve ligada ao livro, mas a todo momento tive aqueles pensamentos chatos: "isso jamais aconteceria", "ninguém em sã consciencia faria isso",etc. Está longe de ser enfadonho, mas há algumas cenas me pareceram um pouco forçadas.

O Dr. Jonathan Ransom é um homem bondoso e inocente, afinal , durante oito anos , não percebeu que seu casamento era uma farsa e que sua esposa não existia. Ele me pareceu meio "sonso" demais, mas de repente se torna um "expert" em fuga e um espião promissor.

A narrativa é descomplicada, simples e muito ágil, o leitor não tem dificuldade em acompanhar a trama. O livro é cheio de reviravoltas, uma verdadeira montanha russa de emoções. Sabe aquele livro, que parece que foi escrito para virar filme de ação? Aventura e suspense do inicio ao fim, sem deixar o leitor respirar.
Um livro gostoso, uma leitura descompromissada...por puro prazer de ler. Não há como negar que me diverti muito.

Reich, Cristopher. A Farsa. Sextante, 2008. 336 p. (série Jonathan Ransom, Vol. 1)