"ALMA E SANGUE" - O Despertar Do Vampiro (Nazarethe Fonseca)

Alma e Sangue - O Desperta do Vampiro, da brasileiríssima Nazarethe Fonseca. Tomei conhecimento deste livro no começo do ano de 2009. Na época me interessei pelo livro, mas não cheguei a me empolgar.
Em minhas andanças pelas livrarias, vi o livro em um lugar de destaque, ao lado de autores americanos famosos. Achei a capa linda e meu interesse voltou. Comprei o livro.

Ultimamente tenho lido livros do gênero que me decepcionaram, muito infantis e com vampiros cheios de crises existenciais. Bem, se é esse o tipo de história que você procura...fuja de Alma e Sangue.

O livro é destinado ao público adulto, com personagens maduros e que se envolvem de forma mais carnal. Nada de adolescentes na trama.
A historia se desenrola em São Luís ,no Maranhão, e o cenário e a cultura local são bem descritos.

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Audaciosa e espirituosa, Kara Ramos, é uma jovem restauradora.
O dono de um antigo casarão, abandonado por mais de 150 anos, decide restaurá-lo e quer que Kara seja a responsável pela obra. Surge então, a oportunidade que não pode desperdiçar, realizar o sonho de seu falecido pai.
Ao avaliar o imóvel, se depara com algo estranho. No sótão lacrado, sente uma presença perturbadora, mas não sabe o que pode ser.

Kara jamais pensaria que "alguém" pudesse habitar aquele sótão. Até que um homem alto, com ar sombrio, olhos azuis e longos cabelos louros... a toma como refém. Assustada, ela não faz ideia do que aquele homem é capaz.
Ele é estranho, violento e cruel, mas a olha de forma carinhosa.

Jan Kman, acordou. Após um sono de mais de 100 anos, tem certeza de ter reencontrado seu antigo amor. Habituado às francesas submissas, não sabe lidar com a mulher que encontrou. Teimosa e independente, sua amada não lhe dá alternativa, a não ser "tentar' subjugá-la à força.
Ele a toma em seus braços, e seu beijo mordido a deixa prostrada. Nasce assim, uma paixão avassaladora.
Kara não entende a razão, mas sabe que ama Jan Kman intensamente. De forma tempestuosa, Kman revela sua real natureza. Ele é um vampiro.

Sentimentos conflitantes começam a atormentá-la. Kara está indecisa e dividida entre o amor e o ódio, atração e repulsa, desejo e rejeição.
Se relacionar com vampiros não é nada saudável. Antigos inimigos de Jan Kman colocam a vida de kara em risco. Ela passa a ser disputada como um troféu.
Porém, Kman é um vampiro experiente e não deixará que ninguém o afaste de kara.

Mas como na vida de kara nada é fácil, ela descobre que não pode confiar em ninguém, nem mesmo em seus supostos amigos.

Vida e morte estão em jogo, e contas do passado devem ser acertadas.
Mas a cobiça dos homens não tem limites.
Antes de conquistar a paz, unidos em alma e sangue, Kara e Kman ainda terão que lutar.

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A narrativa é em primeira pessoa, envolvente e me manteve colada no livro. O único porém é que às vezes o cenário muda de repente. Mas isso não é frequente e não chega a atrapalhar a compreensão e a harmonia da trama.

Os vampiros de Nazarethe seguem a linha clássica, se alimentam de sangue humano, são impiedosos, o que não quer dizer que são cruéis com suas vitimas. São forte e poderosos e possuem alguns poderes sobrenaturais como: conversar por pensamentos, ler a mente dos humanos e o poder de persuasão.
O sol é um inimigo mortal, mas as crendices como a sensibilidade ao alho, crucifixos e água benta, são inofensivos.

São geniosos, às vezes impulsivos e possuem hábitos excêntricos. Mas quando amam é de forma arrebatadora. Beijos ardentes é uma forma de cumprimento e o contato físico com outro vampiro não é encarado como traição. Entre os vampiros, há um flerte com o homossexualismo, o contato físico entre seres do mesmo sexo é comum; e é descrito de forma muito natural.
Entre os vampiros há uma hierarquia que deve ser respeitada e leis a serem cumpridas. As penas para os delitos são castigos cruéis e algumas vezes a morte. São criaturas milenares, e cultivam alguns rituais do passado, como os duelos que são travados com espadas.
Não fazem amor como os humanos, não há consumação do ato sexual. O êxtase e a satisfação vem de beijos mordidos, ao sorverem o sangue do parceiro.

"Segundo a Nazarethe, para eles existem varias formas de se dar prazer, como os mortais. Jan Kmam sente o êxtase, o gozo, através de caricias e mordidas. Ele a toca, acaricia, há a ereção, mas não existe o ato sexual, pois essa ereção dura muito pouco. Ela dura enquanto a mordida durar. Eles se satisfazem nesse jogo de caricias, beijos e toques, quando a mordida vem é o gozo declarado com o ato de sugar e se satisfazer. Se ele quisesse poderia haver penetração, mas ela não iria durar o suficiente para satisfazê-la".

Jan Kman é muito sedutor, malicioso, adora fazer provocações e se insinuar. Alto, longos cabelos louros e com olhos estupidamente azuis...Provoca suspiros. O sotaque e as palavras em francês proferidas por Jan...dão arrepios.
Ele exala luxuria e sensualidade. Um sonho de vampiro.
É sensível porque tem o desejo de amar, mas muitas vezes é cruel. Matar, faz parte de sua natureza, não sente remorso quando seduz e bebe de suas vítimas.

Kara é uma mulher com alguns traumas do passado, é teimosa e orgulhosa. Muitas vezes tem comportamentos conflitantes ( parece bipolar), ora deseja Kman loucamente ora o repudia. Chega a ser irritante!
Kara amou Kman desde o momento em que ele a beijou, mas se recusa a aceitar. A todo momento se critica por ter sido fraca e ter permitido apaixonar-se por um ser tão vil.

O amor entre eles é intenso, mas vivem "batendo de frente", sempre em um jogo de desejo e rejeição. O amor está lado a lado com o ódio. O limiar entre esses sentimentos é tênue, e ambos constantemente se confundem.

O livro termina em suspense, deixando um gancho para continuação. Estou morrendo de curiosidade. O livro foi uma agradável surpresa. Sou suspeita para falar, mas o livro é muito bom!