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Durante a noite, os sons de luxúria e desejo que atravessavam as paredes de seu claustro o atormentavam. Aurélio sempre foi um monge devoto a Santo Agostinho, mas as lembranças do corpo de Christine lhe causavam calafrios. Sua luta se tornava mais fácil quando escrevia para sua amada, e contava -lhe sobre suas dores e frustrações.
Christine, agora em um convento, lia as cartas de Aurélio com indignação. Sua dor definitivamente era maior que a de Aurélio. Ele não sabia, mas após um tórrido encontro amoroso, ele havia plantado sua semente no ventre de Christine. Seu pai, o Duque Geoffroy de Charny a deserdara, seu filho fora arrancado de seu ventre, acabou em um bordel, e agora vivia em um convento. Não podia ficar ali, o assédio era insuportável para ela.
Desesperada para sair daquele local, ela decide reconquistar seu amado e provar para ele, usando argumentos bíblicos, de que o amor carnal é legitimo. Seus argumentos não só convencem Aurélio, mas também atrai inúmeros seguidores.
Eles fogem para a Espanha e fundam uma comunidade livre de toda e qualquer regra. Tudo é permitido e nada é recriminado.
Mas ao tomar esta decisão, Christine e Aurélio se tornaram um obstáculo para o Duque Geoffroy de Charny. Com sua filha infringindo as regras da igreja e jogando o nome da família na lama, ele jamais conseguiria realizar seu sonho, construir a igreja que lhe traria fortuna. Ele precisava impedi-la e também encontrar algo que motivasse a decisão do bispo a seu favor.
Cego pela ambição, decidiu que uma relíquia religiosa convenceria a todos da necessidade de uma igreja em sua terras. O Santo Sudário seria perfeito. Estava disposto a tudo para que tal relíquia ficasse acima de qualquer suspeita, e assim, conseguir alcançar seus objetivos.
Os caminhos do Duque, de Christine, e Aurélio se cruzam de maneira trágica. A obsessão de um homem arruinaria a vida de muitos.
Sob a luz da ganância, o que prevalecerá é a tirania e o desespero.
Paralelamente ele fala de amor, de desejo carnal, sexo proibido e libertino que ocorre às escondidas, por trás dos muros dos mosteiros e conventos. Descreve sem pudor a rotina dos religiosos enclausurados, onde durante o dia proclamam palavras de abstinência e virtude, e à noite reina a luxuria e as autoflagelações na tentativa de purificação.
Ele mostra o lado mais corrupto da natureza humana, não só entre os religiosos, mas também entre os homens comuns que se dizem temente a Deus.
O livro toma rumos estranhos no desenrolar da trama. No inicio temos a impressão que a história é sobre um amor proibido, que se tornou impossível aos olhos dos amantes devido à uma interpretação equivocada dos ensinamentos bíblicos. Depois o livro parte para uma espécie de estudo bíblico por parte de Christine. Mas seu objetivo não era enaltecer a alma e fortalecer o espírito, ela buscava encontrar justificativas para o amor carnal, que não só contradissesse o evangélio, mas que também se apoiasse nele.
E por último, o livro literalmente relata a paixão de Cristo, mas quem sofre toda a tortura e flagelação é Aurélio. Tudo planejado para forjar uma relíquia religiosa, e garantir que fosse o mais realista possível.
Não cheguei a uma conclusão definitiva sobre o que realmente achei do livro, ainda estou processando todas as informações. Admiro a coragem de Federico Andahazi ao escrever sobre um tema tão delicado, mas o livro me deixou com sentimentos contraditórios. Mesmo assim, estou louca para ler "O Segredo dos Flamengos", só de ler a sinopse sei que vou encontrar um livro instigante.
Desesperada para sair daquele local, ela decide reconquistar seu amado e provar para ele, usando argumentos bíblicos, de que o amor carnal é legitimo. Seus argumentos não só convencem Aurélio, mas também atrai inúmeros seguidores.
Eles fogem para a Espanha e fundam uma comunidade livre de toda e qualquer regra. Tudo é permitido e nada é recriminado.
Mas ao tomar esta decisão, Christine e Aurélio se tornaram um obstáculo para o Duque Geoffroy de Charny. Com sua filha infringindo as regras da igreja e jogando o nome da família na lama, ele jamais conseguiria realizar seu sonho, construir a igreja que lhe traria fortuna. Ele precisava impedi-la e também encontrar algo que motivasse a decisão do bispo a seu favor.
Cego pela ambição, decidiu que uma relíquia religiosa convenceria a todos da necessidade de uma igreja em sua terras. O Santo Sudário seria perfeito. Estava disposto a tudo para que tal relíquia ficasse acima de qualquer suspeita, e assim, conseguir alcançar seus objetivos.
Os caminhos do Duque, de Christine, e Aurélio se cruzam de maneira trágica. A obsessão de um homem arruinaria a vida de muitos.
Sob a luz da ganância, o que prevalecerá é a tirania e o desespero.
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Como pano de fundo o autor romanceia os mistérios que envolvem a falsificação do Sudário de Turim, insanamente arquitetado e motivado pela cobiça e pelos jogos políticos por trás da construção de uma igreja. Acompanhamos os caminhos sombrios que um homem cruel percorreu para conseguir forjar a relíquia religiosa que lhe traria fama e fortuna.
Fiquei um pouco receosa antes de
escrever esta resenha. Afinal, o livro aborda um tema indigesto, e as
criticas contra as instituições religiosas não são bem aceitas por
alguns leitores.
Paralelamente ele fala de amor, de desejo carnal, sexo proibido e libertino que ocorre às escondidas, por trás dos muros dos mosteiros e conventos. Descreve sem pudor a rotina dos religiosos enclausurados, onde durante o dia proclamam palavras de abstinência e virtude, e à noite reina a luxuria e as autoflagelações na tentativa de purificação.
Ele mostra o lado mais corrupto da natureza humana, não só entre os religiosos, mas também entre os homens comuns que se dizem temente a Deus.
O livro toma rumos estranhos no desenrolar da trama. No inicio temos a impressão que a história é sobre um amor proibido, que se tornou impossível aos olhos dos amantes devido à uma interpretação equivocada dos ensinamentos bíblicos. Depois o livro parte para uma espécie de estudo bíblico por parte de Christine. Mas seu objetivo não era enaltecer a alma e fortalecer o espírito, ela buscava encontrar justificativas para o amor carnal, que não só contradissesse o evangélio, mas que também se apoiasse nele.
E por último, o livro literalmente relata a paixão de Cristo, mas quem sofre toda a tortura e flagelação é Aurélio. Tudo planejado para forjar uma relíquia religiosa, e garantir que fosse o mais realista possível.
Não cheguei a uma conclusão definitiva sobre o que realmente achei do livro, ainda estou processando todas as informações. Admiro a coragem de Federico Andahazi ao escrever sobre um tema tão delicado, mas o livro me deixou com sentimentos contraditórios. Mesmo assim, estou louca para ler "O Segredo dos Flamengos", só de ler a sinopse sei que vou encontrar um livro instigante.
interessante, gosto de livros assim!
ResponderExcluirOi Hérida,
ResponderExcluirEstava muito curiosa para ler a resenha deste livro, depois do que vc comentou rs
Acho que não é um estilo que eu iria gostar, mas fiquei muito curiosa com a descrição e com as frases que vc me citou (pensei q ia ter alguma aqui rsrsrsrs).
A resenha ficou perfeita como sempre.
Estou adorando o desafio literário que faz a gente conhecer tantos autores diferentes, este mesmo confesso que não conhecia.
bjoo
Adorei a resenha. Suas opiniões sobre o livro foram bem expostas.
ResponderExcluirEu não sei se seria o tipo de livro que gostaria de ler, mas a forma que você falou da narrativa dele me faz querer procurar outros livros.
:*
Hummmm...que interessante!!!! Me deixou curiosa!
ResponderExcluirbeijos!
Nossa que escolha diferente !
ResponderExcluirAdorei !
Beijos
Luka.
Um livro realmente diferente, mas nao sei se me animaria procurar para ler, mas caso me deparasse com ele um dia, quem sabe?
ResponderExcluirA resenha ficou perfeita como sempre!!!
Olá,
ResponderExcluirExcelente resenha,
Como você bem disse, é ficção, mas o tema é controverso, principalmente nos tempos atuais com tantos escândalos à tona.
Fiquei curiosa com o estilo do autor.
Interessante,depois que eu ler o segundo volume da série deixados para tras que(para o meu desanimo) é super religioso, vou adorar ler esse =p
ResponderExcluirBjs!
Cel.
Olá! O blog esta lindooo.
ResponderExcluirEste tipo de livro me atrai o compro e a leitura é sempre um tanto indigesta.
Vou me lembrar da tua resenha.
Beiojos
ótima resenha e confesso que fiquei bem curiosa para ler esse livro. ^^
ResponderExcluirAcho que já ouvi falar desse livro, mas não estou lembrando quem falou e o quê. Não é bem uma história que me atrai, embora às vezes a minha curiosidade seja instigada por esse tipo de livro.
ResponderExcluirÓtima resenha :)
Beijos
Eu gosto de livros com teor histórico. Acho que mais do "ir contra" a Igreja o autor talvez buscou mostrar como seria humana a relação da religião com as pessoas. Talvez construindo e desconstruindo ícones, imagens, dogmas, tudo sempre muito influenciado pelos acontecimentos mundanos, ou seja, da sociedade em volta da Igreja. Afinal, a sacerdotes católicos também são seres humanos. rs
ResponderExcluirMas me rendeu um interessa em ler este livro, Hérida. Principalmente por sua crítica ter sido bem sincera sobre os pontos positivos e negativos da obra.
Grande abraço pra ti e até mais!
Esse já não faz muito meu estilo. Falta-me coragem para lê-lo. Admiro a sua, Hérida. Excelente resenha.
ResponderExcluirBeijocas