Finalmente havia acontecido, pensou. Durante a vida inteira perguntara-se porque nunca havia se apaixonado e agora havia a resposta. Estava esperando aquele momento, aquela mulher, aquela hora.
Esta mulher é minha, pensou.
E mesmo sabendo que aquilo não fazia sentido algum, a convicção era tão forte que não conseguia questionar.
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Payne é uma guerreira – assim como seu irmão gêmeo, Vishous. Após séculos de confinamento no Santuário, ela anseia por liberdade e independência. Nos últimos tempos, seu castigo lhe pareceu menos terrível com as visitas do Rei Cego. Payne e Wrath passavam horas lutando e o treinamento os fortalecia, tanto no corpo como no espírito.
No último confronto um acidente mudou sua vida radicalmente... Payne foi seriamente ferida por Wrath. Agora ela estava livre do Santuário, porém permanecia presa…dessa vez em uma cama. Payne lesou a coluna e está paralisada da cintura para baixo. A Dra. Jane não acredita ser capaz de tratá-la, pois não possui as habilidades necessárias para realizar uma cirurgia tão delicada. A única opção é recorrer a um antigo amigo, o especialista em traumatologia Manuel Manello. Mas como explicar a um humano que vampiros existem?
Manny não esquecera Jane, mas os detalhes de sua morte ainda eram obscuros para ele. Quando sua antiga paixão ressurgiu dos mortos e pediu que ele tratasse de uma paciente especial, Manny não pensou duas vezes ao aceitar. Afinal, ele era um cirurgião que apreciava um bom desafio. Entretanto, ao conhecer sua paciente, percebeu a enorme responsabilidade que estava sendo depositada em seus ombros.
Payne era uma lutadora, e a perda da mobilidade em uma pessoa como ela era pior que a própria morte. Manny estava decidido a fazer tudo ao seu alcance por aquela fêmea. Não só porque ela era sua paciente, mas porque a desejava. Ela seria sua…
Porém, a paralisia de Payne não era o único problema que Manny teria pela frente… Ele acabara de entrar em um mundo desconhecido e perigoso. De uma hora para outra Manny se descobriu completamente apaixonado, a beira da loucura e ameaçado pelo irmão de Payne.
Vishous está enfrentando um momento de instabilidade emocional. Ele acabara de descobrir que tem uma irmã e já corre o risco de perdê-la. Ele sente rancor por sua mãe, ódio por seu pai, ciúmes de Manny e pesar por Payne. A tensão permitiu que todos os seus fantasmas voltassem a atormentá-lo. Vishous procura um escape em seus antigos hábitos, colocando em risco seu casamento com Jane.
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“Amante Libertada”, nono volume da série Irmandade da Adaga Negra de J. R. Ward, é o romance dedicado a Payne e Manuel Manello – carinhosamente chamado de Manny. Se você não leu os livros anteriores, saiba um pouco mais AQUI.
Confesso que nunca dei muita atenção a Manny e não esperava que Ward fosse trazer o personagem ao centro das atenções.
O que dizer do DR. Manello? Bem… ele é um humano e – apesar de ser praticamente perfeito – seu envolvimento com o mundo dos vampiros é restrito. Assim, Manny não tinha muito o que fazer na história, a não ser cuidar de Payne. Esta, por sua vez, viveu séculos confinada no Santuário e faz o tipo virgem inocente. Convenhamos, não é um cenário muito atraente. Mesmo assim, gostei do contraste entre "guerreira forte" e "mulher vulnerável" que a autora explorou.
Uma vez mais, Ward introduz novos personagens que prometem tirar o sossego da Irmandade. Gostei muito dos novos guerreiros, pois representam um novo desafio para os vampiros da Irmandade.
Diferente do livro anterior, onde os Redutores tiveram um grande destaque, em Amante Libertada a participação desses inimigos foi tímida. Na verdade, os Irmãos praticamente não enfrentam nenhum inimigo direto nesse volume, ou seja, houve pouca ação.
Gosto muito do estilo narrativo de Ward, mas em alguns momentos tenho a sensação de que ela perde o foco. Teoricamente, Amante Libertada era para ser o livro de Payne e Manny, mas o romance do casal foi ofuscado pelos dramas de Vishous e Jane. Gosto muito de V., mas cansei da ladainha de guerreiro sofrido e marcado psicologicamente. Já vi esse filme com Z., com Phury, com John e com o próprio V. Eu esperava conhecer melhor Payne e Manny, mas não é isso que acontece. Infelizmente, histórias que deveriam estar em segundo plano tiveram mais destaque e acabaram esmagando o conto de Payne.
Não posso deixar de comentar sobre a tradução do livro. Pensei que após ler nove livros da série eu me acostumaria com as suavizações na linguagem escrita, mas não. Dessa vez eu realmente fiquei incomodada. Alguns diálogos, repletos de testosterona entre os Irmãos, perderam completamente o sentido com a suavização. Uma pena...
Amante Libertada não é o livro mais empolgante da série, entretanto é um dos mais emotivos. Um romance repleto de revelações, entrega e redenção. Leitura obrigatória para os fãs.