Minha geração não sabia como era o mundo sem o OASIS. Para nós, ele era muito mais que um jogo ou uma plataforma de entretenimento. Sempre tinha sido parte de nossa vida. Havíamos nascido em um mundo feio, e o OASIS era nosso refúgio de felicidade.
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OASIS – um universo simulado… uma utopia virtual que permite a seus usuários ser o que eles quiserem, um lugar para realizarem suas fantasias e viverem a vida que sempre sonharam.Em 2044 a civilização está pagando um preço alto pelo descaso com os recursos naturais. Há pessoas demais e energia de menos para manter as engrenagens da sociedade em funcionamento. Além disso, a queima de todos os combustíveis fósseis acarretou o aumento da temperatura do planeta e a mudança do meio ambiente. O mundo virou uma pilha de detritos. Assim, o OASIS se tornou uma fuga para a feia realidade.
James Halliday era o designer de jogos responsável pela criação do OASIS. Este, rapidamente se tornou a plataforma mais popular da internet, onde bilhões de pessoas trabalhavam e brincavam diariamente.
Aos 67 anos, Halliday faleceu sem deixar herdeiros. O jogo de imersão mais famoso do mundo fez de seu criador um bilionário e, agora, ele deixaria toda sua fortuna para um dos jogadores. Antes de morrer, Halliday escondeu um Easter Egg no OASIS – uma extensão do jogo oculta dentro do próprio jogo. Os jogadores deverão decifrar enigmas e encontrar três chaves que abrirão três portais até que, finalmente, cheguem ao Ovo. O vencedor, herdará todos os bens de Hallyday.
Inicia-se, então, uma competição sem precedentes. Para ter uma chance de ganhar, será fundamental conhecer todas as obsessões de Halliday. Devido ao fascínio deste pela cultura pop dos anos de 1980, os caça-ovos pesquisavam tudo sobre a época.
Após cinco anos de desafio, ninguém havia encontrado a primeira chave. Até que, numa noite qualquer, o nome de um avatar apareceu no topo do placar… Parzival, e o garoto por trás dele é Wade Watts.
Wade é um caça-ovo e sabe que tem chances de vencer o jogo, pois praticamente foi criado dentro do OASIS. Além disso, estudou tudo que existia sobre a vida de Halliday e a década de 80.
Mas outros caça-ovos começaram a decifrar o enigma, marcando o início de uma corrida pela liderança do placar. Mas entre os competidores há um grupo disposto a encontrar o Ovo a qualquer custo, mesmo que seja necessário jogar sujo ou eliminar definitivamente os outros concorrentes.
Agora, a única maneira de Wade se proteger é vencendo o jogo. Mas, para isso, talvez ele tenha que enfrentar algo de que sempre fugiu… o mundo real.
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Jogador Nº 1, de Ernest Cline, é um tributo à cultura pop dos anos 80, aos geeks e nerds de todos os tempos. Fui da nostalgia à euforia ao revisitar parte da minha infância e adolescência. A cada página encontramos referências de jogos, filmes, séries, musicas e bandas dessa década.Quem tem um lado “nerd de ser” e conheceu de perto a cultura da década de 80, não só conseguirá entender a maioria das referências citadas no livro como também terá o prazer de “matar” algumas charadas. Mas Ernest Cline teceu a história de forma que os leitores, mesmo que não conheçam nada dos anos 80 ou de games, consigam acompanhar a caçada ao Ovo.
O livro pode parecer extenso, 462 páginas, mas a leitura transcorre de forma muito ágil e descontraída. As primeiras cem páginas, aproximadamente, é destinada à apresentação do OASIS. Apesar de ser um período menos agitado, é necessário para que o leitor entenda todas as regras do jogo e se situe nesse universo virtual. Após essa etapa, a caçada pelo “Ovo” começa a todo vapor.
Os personagens são excelentes… carismáticos, inteligentes e com uma agudeza de sentidos ímpar – afinal, eles precisam ser ágeis para conseguirem vencer o jogo.
O livro é muito legal, mas há um "porém". A trama apresentou um furo significativo. Algo que, se fosse levado em consideração, poderia dificultar as coisas para Wade.
A realidade virtual como enredo não é um tema novo, mas a abordagem utilizada em Jogador Nº 1 é muito original. Ernest Cline criou um universo intrincado e repleto de elementos incríveis.
Adorei relembrar toda cultura pop/nerd da década de 80. Confesso que o livro me deixou com saudades de ouvir Bon Jovi, jogar Atari, assistir Curtindo a Vida Adoidado, Indiana Jones e Caverna do Dragão.
Aviso: faço picadinho de quem me chamar de Tia!! rsrs
Cline, Ernest. Jogador Nº 1. Leya, 2012. 462 p.