"Um Paradoxo é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição lógica, ou a uma situação que contradiz a intuição comum. Em termos simples, um paradoxo é o oposto do que alguém pensa ser a verdade".
Se há uma forma de descrever este livro, a definição de "paradoxo" é perfeita. Até que ponto somos capazes de acreditar no impossível e de duvidar do óbvio?
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Constantinopla está em chamas! Nicetas Corniates, um historiador bizantino, vê que sua vida corre perigo. Está nas mãos de cruéis saqueadores. Mas, inesperadamente um estranho o salva da morte, seu nome é Baudolino.
Em meio ao conflito e destruição, Nicetas ouve a história de seu salvador. Como forma de agradecimento, registrará as memórias de Baudolino. Se surpreende com as peripécias daquele mentiroso "descarado".
E assim, as aventuras de Baudolino, começam a ser contadas:
Filho de camponeses, Baudolino vive em um povoado na região de Piemontes. É inteligente e adora inventar histórias. Possui uma imaginação fértil...até demais.
Ainda Menino, conhece Frederico I, o Barba Ruiva. Sem saber a importância daquele homem, inventa uma visão, profetizando sua vitória na próxima batalha. Após essa pequena mentira, cai nas graças do imperador, tornado-se seu filho adotivo.
Baudolino é levado à corte de Barba Ruiva, se torna um homem letrado e percebe que possui um dom. Tem a habilidade de mentir, tudo o que imagina e inventa é dado como verdade.
Com o passar dos anos, seu amor e devoção por aquele pai se torna profundo e sincero. Mas parece que o destino o quer infeliz. Não consegue evitar e se apaixona pela esposa de Frederico.
Tentando fugir desse amor impossível, decide continuar sua busca por conhecimento e vai para Paris. Lá, conhece novos amigos e cúmplices. Companheiros de aventura.
Suas mentiras levam o imperador à vitórias, consegue canonizar Carlos Magno e legitimar três corpos como sendo dos Reis Magos. Mas isso é pouco perto do que Baudolino é capaz.
No passado, Baudolino fez uma promessa ao seu antigo mestre e professor, viajar ao extremo oriente e encontrar o misterioso reino cristão de Padre Johanes. O Paraíso terrestre.
No desejo de realizar tal promessa, decide levar seu pai adotivo nessa empreitada. Mas, para convencê-lo terá que usar de toda sua criatividade.
Só a relíquia mais preciosa da cristandade possui tal poder de persuasão.
Sob o pretexto da existência do Graal, rumam para a Terra Santa na terceira cruzada. Durante a viagem enfrentam a morte, a traição e a desconfiança. Conhecem a maldade e a cobiça entre os seus amigos. As dificuldades fortalecem seus espíritos, mas enfraquecem os laços de amizade.
Vivem aventuras inimagináveis, encontram lugares perdidos indescritíveis, seres mitológicos e exóticos. Conhecem novas raças inteligente e animais nunca vistos. Baudolino se apaixona novamente e descobre-se desprovido de preconceitos.
Nicetas a todo momento se pergunta: Será tudo verdade ou fruto de sua imaginação? Mas, enquanto conta sua historia, Baudolino é surpreendido. Ao conversar com Nicetas percebe fatos, antes incompreendidos. Vislumbra sua própria vida com outros olhos e descobre que cometeu um crime terrível. Não é inocente e deseja ser punido.
Discorre sobre a essência de Deus e a natureza humana. Qual a relação entre criador e criatura, como existir em conjunto com a natureza?
Explora as várias crenças sobre o formato da terra, a existência do Jardim do Eden e a hipótese de que após o dilúvio surgiram novas espécies de vida. A fé pode tornar as coisas verdadeiras!
Partindo desta premissa Umberto Eco criou um mundo cheio de fantasia e mistérios. Com seres mitológicos e impossíveis, além de situações inacreditáveis. Mas o que torna a história interessante é que, pelo fato do protagonista ser um mentiroso habilidoso, o leitor nunca sabe se o que está lendo é invenção, realidade ou simplesmente a imaginação de uma mente fértil ou de certa forma perturbada. Durante toda a leitura, eu esperei que ao final do livro tudo se revelasse uma grande mentira, uma ilusão.
O livro é cheio de passagens irônicas e engraçadas (algumas hilárias), porém é através do humor que Umberto Eco transmite suas ideias intrigantes.
Infelizmente o inicio do livro é lento, achei um pouco enfadonho, exceto o 1ºcapitulo, que é muito divertido. Demorou a engrenar e quando o faz é de forma sútil e comedida.
Demorei para terminá-lo, não porque seja ruim, mas porque o livro é denso. Alguns diálogos são longos e complexos, exigem reflexão, tornando a leitura um pouco cansativa. Então... tive que dar uma parada, ler outro livro mais leve, e só depois continuar. Em contrapartida, a linguagem é despojada, inclusive utilizando gírias. Afinal, os personagens são pessoas do povo, soldados e camponeses.
É uma leitura imperdível? Acredito que sim, não por ser excepcional, mas pela oportunidade de sairmos da rotina e lermos algo diferente. Baudolino deve ser lido sem pressa, é para ser apreciado e não devorado. Aliás, o livro não permite que a leitura seja voraz.
Gostei do livro, mas por ser uma leitura mais difícil e complexa, levarei algum tempo para relê-lo. Ah sim! Eu quero ler novamente, porque tenho a impressão de que passou muita coisa despercebida, não "entendida".
E tenho certeza que minha compreensão da obra mudará.
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Constantinopla está em chamas! Nicetas Corniates, um historiador bizantino, vê que sua vida corre perigo. Está nas mãos de cruéis saqueadores. Mas, inesperadamente um estranho o salva da morte, seu nome é Baudolino.
Em meio ao conflito e destruição, Nicetas ouve a história de seu salvador. Como forma de agradecimento, registrará as memórias de Baudolino. Se surpreende com as peripécias daquele mentiroso "descarado".
E assim, as aventuras de Baudolino, começam a ser contadas:
Filho de camponeses, Baudolino vive em um povoado na região de Piemontes. É inteligente e adora inventar histórias. Possui uma imaginação fértil...até demais.
Ainda Menino, conhece Frederico I, o Barba Ruiva. Sem saber a importância daquele homem, inventa uma visão, profetizando sua vitória na próxima batalha. Após essa pequena mentira, cai nas graças do imperador, tornado-se seu filho adotivo.
Baudolino é levado à corte de Barba Ruiva, se torna um homem letrado e percebe que possui um dom. Tem a habilidade de mentir, tudo o que imagina e inventa é dado como verdade.
Com o passar dos anos, seu amor e devoção por aquele pai se torna profundo e sincero. Mas parece que o destino o quer infeliz. Não consegue evitar e se apaixona pela esposa de Frederico.
Tentando fugir desse amor impossível, decide continuar sua busca por conhecimento e vai para Paris. Lá, conhece novos amigos e cúmplices. Companheiros de aventura.
Suas mentiras levam o imperador à vitórias, consegue canonizar Carlos Magno e legitimar três corpos como sendo dos Reis Magos. Mas isso é pouco perto do que Baudolino é capaz.
No passado, Baudolino fez uma promessa ao seu antigo mestre e professor, viajar ao extremo oriente e encontrar o misterioso reino cristão de Padre Johanes. O Paraíso terrestre.
No desejo de realizar tal promessa, decide levar seu pai adotivo nessa empreitada. Mas, para convencê-lo terá que usar de toda sua criatividade.
Só a relíquia mais preciosa da cristandade possui tal poder de persuasão.
Sob o pretexto da existência do Graal, rumam para a Terra Santa na terceira cruzada. Durante a viagem enfrentam a morte, a traição e a desconfiança. Conhecem a maldade e a cobiça entre os seus amigos. As dificuldades fortalecem seus espíritos, mas enfraquecem os laços de amizade.
Vivem aventuras inimagináveis, encontram lugares perdidos indescritíveis, seres mitológicos e exóticos. Conhecem novas raças inteligente e animais nunca vistos. Baudolino se apaixona novamente e descobre-se desprovido de preconceitos.
Nicetas a todo momento se pergunta: Será tudo verdade ou fruto de sua imaginação? Mas, enquanto conta sua historia, Baudolino é surpreendido. Ao conversar com Nicetas percebe fatos, antes incompreendidos. Vislumbra sua própria vida com outros olhos e descobre que cometeu um crime terrível. Não é inocente e deseja ser punido.
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A trama brinca com o certo e o errado, com a imaginação e o desconhecido, com a fé e a tolerância.Fico feliz por não ter lido Baudolino antes, mais jovem, porque provavelmente não entenderia e não gostaria da obra. Não é um livro nos moldes das aventuras tradicionais, aclamados pelos leitores e com aventuras épicas indescritíveis.
Baudolino, não possui uma narrativa ágil e instigante, é escrito de forma mais erudita, exigindo a atenção constante do leitor. Não ansiamos pelas próximas páginas com avidez, por não contermos a ansiedade frente à aventuras emocionantes; mas por querermos saber quais os próximos passos de um contador de histórias.
Qual será sua próxima invenção?
Baudolino, não possui uma narrativa ágil e instigante, é escrito de forma mais erudita, exigindo a atenção constante do leitor. Não ansiamos pelas próximas páginas com avidez, por não contermos a ansiedade frente à aventuras emocionantes; mas por querermos saber quais os próximos passos de um contador de histórias.
Qual será sua próxima invenção?
Discorre sobre a essência de Deus e a natureza humana. Qual a relação entre criador e criatura, como existir em conjunto com a natureza?
Explora as várias crenças sobre o formato da terra, a existência do Jardim do Eden e a hipótese de que após o dilúvio surgiram novas espécies de vida. A fé pode tornar as coisas verdadeiras!
Partindo desta premissa Umberto Eco criou um mundo cheio de fantasia e mistérios. Com seres mitológicos e impossíveis, além de situações inacreditáveis. Mas o que torna a história interessante é que, pelo fato do protagonista ser um mentiroso habilidoso, o leitor nunca sabe se o que está lendo é invenção, realidade ou simplesmente a imaginação de uma mente fértil ou de certa forma perturbada. Durante toda a leitura, eu esperei que ao final do livro tudo se revelasse uma grande mentira, uma ilusão.
O livro é cheio de passagens irônicas e engraçadas (algumas hilárias), porém é através do humor que Umberto Eco transmite suas ideias intrigantes.
Infelizmente o inicio do livro é lento, achei um pouco enfadonho, exceto o 1ºcapitulo, que é muito divertido. Demorou a engrenar e quando o faz é de forma sútil e comedida.
Demorei para terminá-lo, não porque seja ruim, mas porque o livro é denso. Alguns diálogos são longos e complexos, exigem reflexão, tornando a leitura um pouco cansativa. Então... tive que dar uma parada, ler outro livro mais leve, e só depois continuar. Em contrapartida, a linguagem é despojada, inclusive utilizando gírias. Afinal, os personagens são pessoas do povo, soldados e camponeses.
É uma leitura imperdível? Acredito que sim, não por ser excepcional, mas pela oportunidade de sairmos da rotina e lermos algo diferente. Baudolino deve ser lido sem pressa, é para ser apreciado e não devorado. Aliás, o livro não permite que a leitura seja voraz.
Gostei do livro, mas por ser uma leitura mais difícil e complexa, levarei algum tempo para relê-lo. Ah sim! Eu quero ler novamente, porque tenho a impressão de que passou muita coisa despercebida, não "entendida".
E tenho certeza que minha compreensão da obra mudará.
Hérida querida, eu li O Nome da Rosa e honestamente não gostei muito. Não é ruim, mas não é tudo isso que dizem por aí...
ResponderExcluirÉ isso mesmo que vc falou: o cara escreve de um jeito denso que não dá nem para piscar o olho, senão vc tem q ler a pág novamente!!!
Não sei se leio outro livro dele...
Bj
Adorei sua resenha. Parece super interessante, mas atualmente estou dando preferência aos livros leves até para poder ter material de postagem no meu blog.
ResponderExcluirVou guardar sua dica para aquele momento que desejar algo mais instigante.
bjos.
Olá! Não li H. Eco e nem pretendo. Sempre tive acesso, mas sinceramente nunca conseguia passar da introdução. Na minha opinião as pessoas que fazem alarde a respeito de determinados autores, apenas repetem o que ouviram. E gosto é gosto, certo? Além de quê, como você mesmo disse, nem sempre estamos no momento para determinadas obras. Também sou muito assim. Beijos
ResponderExcluirOi, Hérida.....sou que nem vc, tenho mta vontade de ler Humberto Eco!
ResponderExcluirMas, eu ainda não li nada dele.
Beijinhos
Estamos fazendo uma promoção lá no blog. Espero que goste e inscreva seu blog, viu?
ResponderExcluirBeijo bem grandão.
Rebeca
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Olá Hérida
ResponderExcluirFiquei tentada em dizer que somos almas gêmeas, mas depois percebi que seria pretensão. Apenas temos alguma coisa em comum: ambas adoramos ler, não resistimos a uma livraria, uma boa capa de livro ou a uma sinópse. Outra coisa é que nossos blogs têm a mesma idade.
Visitando seu blog descobri que ainda tenho muito o que ler. Lá vou eu de novo comprar mais livros.
Muito bem pensado esse seu blog, eu diria quase indispensável.
odete
Uma vez comecei a ler O Nome da Rosa, mas não terminei. Eu me perco em livros com muita ação ou aventura!!!
ResponderExcluirAdorei a sua lista para o desafio literário, principalmente autor latinoamericano.
OI AMIGA, TEM SELINHO PRA VC NO MEU BLOG, ESPERO QUE GOSTE!
ResponderExcluirBEIJINHOS, LENINHA!
tem selinho par vc no meu blog, espero que vc goste!
ResponderExcluirbeijinho1
Olá, vim te conhecer através da Elaine, que sempre nos indica ótimos blog...um pouco de mim!
ResponderExcluirGosto muito de ler, e acho que vou me dar bem seguindo vc! Bjs:)
Um dos melhores livros : O Nome da Rosa.
ResponderExcluirEu achei Baudolino tão leve... Devorei, rsrs
ResponderExcluireu li umberto eco - o nome da rosa - qd fazia faculdade de história - e adorei na época e adorei a obra qd li novamente
ResponderExcluircom certeza pra mim é sim uma das obras primas da literatura
se é obrigatório ler o nome da rosa? claro q não
como não é obrigatório ler cem anos de solidão ou ler dom casmurro ou qq outra obra q eu tenha lido e amado
apenas ler o nome da rosa é um prazer q eu gostei de ter
Creio que seja interessante que vc leia Baudolino novamente e sugiro que leia outras obras de Eco. Vais descobrir estórias deliciosamente escritas.
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