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quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

"FILHA DE FEITICEIRA" (Celia Rees)

A temática e a narrativa nos arrastam para um mundo de apreensão, medo e perseguição. O livro é ambientado no século XVII, época em que a caça às bruxas ainda estava viva e atuante.
Neste período havia um conflito entre católicos e protestantes (os Puritanos), com óbvia desordem social e maior número de acusações e mortes.
Embora supostas bruxas tenham sido queimadas ou enforcadas num intervalo de cinco séculos, a maioria foi julgada e morta entre 1550 e 1650, nos 100 anos mais histéricos do movimento.
É sob este caos religioso que a protagonista de "Filha de Feiticeira" se encontra.
~~~*~~~
Nos confins da Inglaterra vive Mary Nuttall, uma jovem que mora com sua avó, Eliza, em um pequeno chalé na borda de uma floresta. Eliza é sabia, possui conhecimentos sobre os poderes das plantas e ervas, ajuda as crianças a nascerem, cura os enfermos e respeita os mortos. Nesses tempos, as pessoa desconfiam umas das outras e é fácil culpar o mais próximo. O demônio pode morar ao lado...

Essa mulher que outrora ajudou a seus vizinhos é acusada de praticar o mal, uma bruxa. Seus algozes são impiedosos e Eliza é levada à forca. Mary não sabe o que fazer, é apontada como filha de feiticeira, "gerada pelo diabo". Precisa sair dali.

Antes mesmo de presenciar o fruto da calúnia e mentira cair sobre sua avó, ela foi arrastada para longe da multidão febril e sedenta por sangue. Alguém a tirou daquele horror.
Em uma carruagem, sem saber seu destino, ela está de frente para uma mulher desconhecida e misteriosa. Por algum motivo aquela mulher lhe ajudou.

Sua benfeitora a coloca a caminho do novo mundo, ela irá para a América, uma terra de oportunidades. Vai viajar com um grupo de "puritanos", homens e mulheres tementes a Deus que estão indo ao encontro de seu líder espiritual.

Mas Mary deve tomar cuidado. Ela jamais deve revelar seu passado! Mary Nuttall não existe mais. Agora ela se chamará Mary Newbury, uma órfã de pai e mãe e sem familiares que podem auxiliá-la.

Martha, uma viúva que faz parte do grupo que está a caminho da América, toma Mary como sua companheira. Elas tem muito em comum e se tornam amigas, como sua avó, Martha também conhece os poderes das ervas.
Durante a longa e conturbada viagem, seus medos se mostram muito próximos e reais. No navio, o confinamento no mar e a privação podem deixar as pessoas perturbadas. É muito fácil atribuir as tribulações da vida a um ser maligno.

Mary está sempre pisando em ovos, tomando muito cuidado para não chamar a atenção dos puritanos; mas é neste ambiente hostil que ela descobre que herdou o "dom".
Ela realmente é uma feiticeira? Será uma dádiva ou uma maldição? Se quiser sobreviver deve negar, mas jamais conseguirá escapar de seu destino.

Ao chegar ao novo mundo sentia-se desnorteada. Era estranha a sensação do chão sob seus pés. Os puritanos cruzaram o oceano para encontrarem seus irmãos na fé, mas o reverendo e seu rebanho já não se encontravam mais naquela cidade. Resolveram ir a sua procura, sairiam sem rumo naquela terra de ninguém. Um lugar que parecia abandonado por Deus, com cidades ainda em construção, densas florestas e infestada de nativos. Para os puritanos, pagãos adoradores do diabo.

No entanto, seriam esses mesmos pagãos que os guiariam sob a densa floresta. Ela não sabia, mas Gaio, um rapaz indígena estava predestinado em seu futuro, seria seu amigo.

O grupo encontra o assentamento chamado Beulah e suas vidas começam a entrar nos eixos. Suas novas casas e fazendas começam a tomar forma, assim como a estrutura da comunidade, mas Mary é lembrada a todo momento do perigos que a espreitam.

Ela é apenas uma adolescente, é imprudente e quando se dá conta é alvo de intrigas e inveja. Seu estilo de vida começa a ser visto com desconfiança e desaprovação.

Ela está sob o olhar atento dos fanáticos religiosos. E todo cuidado... se mostra pouco.

~~~*~~~
"Filha de Feiticeira" é o primeiro volume da duologia homônima escrita por Celia Rees. Apesar deste livro ser destinado ao público adolescente, ele não possui uma linguagem infantil. O livro é repleto de descrições sobre a vida dos colonizadores americanos, as viagens extenuantes, as dificuldades em uma terra desconhecida, o medo dos nativos e a intolerância.
É muito bem escrito e detalhado, e a narrativa em forma de diário dá um colorido a mais à história. Olhamos para a rotina de uma garota inteligente, mas que vive em alerta, cuidadosa com o que fala e para onde olha, desejando a todo momento passar despercebida.
Não vou dizer o "truque" da autora, mas logo na primeira página ela nos faz acreditar que a personagem foi alguém real. E realmente houve pessoas que acharam que a história era verídica. Temos a nítida impressão que estamos lendo um diário antigo, escrito sob a luz do fogo brando de uma lareira, com tudo ao seu redor em tons de sépia.

Celia Rees conseguiu me manter colada no livro, não consegui largá-lo antes do final. O livro termina sem um desfecho e há um "Posfácio", onde a autora novamente utiliza de seu "truque" para aguçar a imaginação do leitor. Achei muito original.

Eu não aguento de curiosidade e já estou atrás da continuação "Sangue de Feiticeira". Recomendo de olhos fechados! O livro é uma delicia de ler.

Rees, Celia. Filha de Feiticeira. Companhia das Letras, 2002. 208 p. (Filha de Feiticeira, Vol. 1)

11 comentários:

  1. WOOOOOW!! Sabe que eu pedi este livro no Trocando Livros e o dono me ambaçou, embaçou e não mandou??? Fiquei com muita vontade de ler na época, só lendo a sinopse, mas agora com sua resenha VOU LER DE QUALQUER JEITO!!!
    Adoro histórias sobre a inquisição e tenho vários livros sobre o assunto!
    BJ

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  2. Adoro esse tipo de livro.
    Me encanta. E com essa resenha então, já era. Vou ter que ler.
    Beijos de fada.
    Luka.

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  3. Me deixou com vontade de ler... assim a minha lista não chegará ao fim nunca... a cada dia eu penso em ler mais uns duzentos livros que são sugeridos nos blogs...

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  4. Ei Hérida,
    Nossa eu amooo este tipo de livro, e não conhecia este. Já estou indo colocar la no skoob para não esquecer.
    Resenha está show da vontade de sair do serviço e ir la comprar o livro rsrs
    Bom fim de semana para vc :)
    bjoo

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  5. Nosa miga!! eu amei esse livro!é meio agoniante msm... + vale muito a pena le-lo!!

    bjin

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  6. Ah, que legal! Tenho esse livro e a continuação dele na minha pilha pra ler! Não li toda a resenha porque vou ler em breve, aí sim depois eu volto aqui apra comentar o que achei ;)

    Beijinhossss
    Lili

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  7. Eu gosto de tudo que se relaciona a história, eu não conhecia esse livro, e pelo que Lili disse tem continuação, vou até pesquisar sobre ele.

    bjs

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  8. oi Hérida!!

    Não conhecia o livro, mas me apaixonei por sua resenha....amanhã mesmo vou procurar na biblioteca do hospital.....isso mesmo, descobri que no hospital que trabalho existe uma biblioteca cheia de livros a minha espera (que Deus me ajude), já fiz uma listinha dos que vou querer.

    Sobre a maratona de banca vou esperar ansiosa sua lista.

    super beijo

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  9. Olá! Tenho visitado muito seu blog e adoro suas resenhas. Recebi o primeiro selinho do meu blog e deicidi escolher o seu blog, como um dos blogs para repassá-lo. Espero que vc aceite, com muito carinho! O selinho está em: http://fluindoo.blogspot.com/2010/01/meu-primeiro-selinho.html
    Bjs!

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  10. Olá Hérida, acompanho seu blog sempre e por isso o escolhi para oferecer um selinho.
    Não sei se você já o tem. Espero que goste!
    Beijos! :)

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  11. Oi Hérida!!!
    Tem um selinho pra você em meu blog (paraisodaleitura.blogspot.com)
    Depois vai lá buscar ele!
    Bjus!

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