Dizem que o medo da morte é pior do que a própria morte… Às vezes, chego a ficar grato por estar morrendo, pois nem consigo imaginar a angústia de testemunhar toda uma população sofrendo em meio ao holocausto planetário que está por vir.
Para aqueles dentre vocês que riem de minhas palavras, um aviso: o dia do acerto de contas se aproxima rapidamente, e ignorar o fato não mudará em nada o resultado.
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O arqueólogo Julius Gabriel dedicou sua vida ao estudo do calendário maia, ao lado de seu filho Mick, pesquisou incessantemente sobre o enigma que prevê o Apocalipse. Quatro Ahau, três Kankin - 21 de dezembro de 2012… O dia do profetizado fim da humanidade.
Acreditando que ainda haja tempo para impedir a profecia, Julius decide apresentar suas descobertas à comunidade científica. Ele sabia que os catedráticos encarariam a verdade com ceticismo, mas não esperava ser ridicularizado em público por seu arqui-inimigo, Pierre Borgia. Seu coração fraco não aguentou, e Julius faleceu nos braços do filho. Tomado pela dor e fúria, Mick agrediu Borgia perante uma plateia como testemunha. Borgia era um político influente e, como retaliação, garantiu que Mick Gabriel fosse trancafiado em um sanatório.
Dominique Vasquez é a nova residente de psiquiatria do Centro de Avaliação e Tratamento do Sul da Flórida. No primeiro dia de estágio foi-lhe designado um trabalho desafiador, seu primeiro paciente seria Michael Gabriel, um interno diagnosticado como paranoico esquizofrênico. Dominique foi informada de que Mick possuía um Q.I altíssimo e era muito persuasivo. Ela deveria tomar muito cuidado para não ser seduzida.
Com a proximidade do equinócio de outono, Mick se tornou agitado. Ele não era maluco e sabia que algo terrível estava para acontecer….seria o começo do fim. Mick precisava sair do sanatório o mais rápido possível e a única forma de conseguir escapar seria convencer a nova residente de que a profecia maia estava começando a se cumprir.
Desesperado, Mick pede para que Dominique leia o diário de seu pai. Em suas páginas ela encontrará detalhes sobre as escavações, informações sobre a misteriosa conexão entre os imponentes monumentos históricos espalhados pelo mundo e valiosas pistas de como reverter a previsão do juízo final.
Dominique não quer acreditar, mas as previsões de Mick começam a se cumprir. Agora, ela terá que escolher entre a razão e o instinto de preservação. Se Mick estiver errado, Dominique perderá tudo…sua carreira, credibilidade e autoconfiança. Mas se ele estiver certo, poderá impedir a aniquilação da raça humana.
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O Domínio é o primeiro volume da trilogia homônima escrita por Steve Alten. Quando iniciei a leitura pensei que não iria gostar da história. Confesso que o enredo me pareceu um tanto absurdo. Porém, depois do terceiro capítulo me vi totalmente envolvida pela trama maluca de Steve Auten.
A escrita do autor é ágil e descomplicada, tornado o texto muito dinâmico. A história é contada de uma forma muito interessante. Entre os eventos que narram a busca de Mick Gabriel e Dominique por respostas, trechos do diário de Julius Gabriel – pai de Mick e famoso arqueólogo – são apresentados ao leitor. Nesse diário foram registradas as escavações e descobertas do arqueólogo sobre a profecia do calendário maia. O autor usou desse recurso para informar o leitor sobre a história, arquitetura e mistérios que cercam antigos monumentos.
Alten nos leva à grande pirâmide maia Chichén-Itzá, platô de Nazca, Stonehenge, Pirâmides de Gizé e etc. Fiquei impressionada com as descrições de algumas dessas grandiosas obras históricas. É um pouco inquietante saber que a motivação e o método de edificação destes monumentos ainda representam um enigma a ser desvendado. Mas é fascinante fantasiar sobre o assunto.
A trama é intrigante, porém em um certo ponto Steve Alten alterou a acepção do enredo. O tema voltado à ficção científica e arqueologia, acabou se transformando numa cruzada religiosa e na eterna batalha do bem contra o mal. Mesmo não gostando dessa mudança de foco, foi impossível largar o livro antes de saber qual o desfecho da corrida de Mick e Dominique.
A teoria apresentada é no mínimo excêntrica, mas o autor conseguiu expor suas ideias de forma criativa. Entretanto, um leitor mais cético poderá achar a história totalmente disparatada. O melhor é ter em mente de que “O Domínio” é uma obra de ficção e se deixar levar pela imaginação.