[Edição portuguesa] |
Antes de expor minha opinião, eu gostaria de esclarecer algumas particularidades sobre a série que resenharei hoje. No Brasil, a série Força Sigma foi publicada pela Ediouro como uma trilogia. Porém, a série já possui oito livros publicados. Mas isso não é tudo, a Ediouro iniciou a publicação a partir do segundo volume.
Questionei a editora sobre a continuidade da série. Como vocês podem imaginar…não recebi resposta. Vejam, AQUI, que não fui a única a ser ignorada. Então, sem opções, fui à caça dos outros livros em Portugal. Confesso que enfrentei uma verdadeira cruzada para consegui-los. A Difel, editora portuguesa que publicava a série, encerrou suas atividades e os livros se esgotaram rapidamente. Depois de muita procura e choro, finalmente consegui comprar os livros que faltavam.
Assim, hoje a resenha será sobre O Último Oráculo – quinto livro da série Força Sigma de James Rollins. Entretanto, este é o quarto livro resenhado AQUI no blog. Lembram que eu comecei pelo segundo livro? Decidi continuar nessa ordem e resenhar o primeiro volume por último.
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Na matemática a letra sigma (Σ) representa a soma de todas as partes, mas era também o símbolo da organização para a qual o comandante Gray Pierce trabalhava: SIGMA, um grupo de elite composto por ex-soldados das Forças Especiais, que havia sido reconvertido em várias áreas científicas de modo a funcionar como um braço militar secreto.Apesar de estar habituado às dificuldades de sua função, não era todo dia que um homem morria nos braços de Gray. Enquanto se dirigia para a base secreta da Sigma em Washington, D.C., ele foi abordado por um sem-teto que, logo depois, fora alvejado por um assassino. Mas ao morrer, o homem deixou para trás um mistério ainda maior que os motivos de sua morte…. Uma antiga moeda fora encontrada nas mãos do morto, uma relíquia grega.
Gray descobre que a moeda fazia parte de uma coleção sobre o templo do Oráculo de Delfos. Ao investigar mais a fundo, Gray toma conhecimento de que o morto não era nenhum mendigo e, sim, um cientista conhecido da SIGMA, o Dr. Polk.
Seguindo o rastro deixado por Polk, Gray se depara com uma rede de conspiração que remonta à Guerra Fria e envolve cruéis experimentos científicos. Antes mesmo de se dar conta, a equipe da SIGMA se encontrará no meio de uma trama que ameaça o bem-estar e a paz de toda humanidade.
Enquanto isso, em uma base subterrânea do outro lado do mundo, três crianças arquitetam um perigoso plano de fuga. Elas sabem que suas vidas correm perigo, mas então dispostas a enfrentar o risco de serem caçadas como animais para tentar impedir uma abominação. Porém, antes de tentarem escapar, elas precisarão rogar pela ajuda de um estranho prisioneiro…
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Rollins escreve thrillers de espionagem que flertam com a fantasia e o sobrenatural. Em vários momentos sou tomada pela descrença, mas sempre que termino o livro descubro através da “nota do autor” que, toda tecnologia e relatos que parecem absurdos, são reais.Nessa aventura o comandante Gray Pierce sai de Washington e nos leva à Índia e à Europa oriental, mais especificamente para Chernobyl – Ucrânia e Montes Urais. A equipe da Força Sigma terá que enfrentar uma conspiração que envolve pesquisas em bioengenharia, autismo e uma ameaça nuclear global. O toque sobrenatural/fantástico que James Rollins introduz nesse volume, remonta do Templo de Delfos no monte Parnaso da Grécia antiga e explora a crença desse povo nos poderes da profecia do místico oráculo de Delfos. Desse ponto, ele estabelece uma relação com os ciganos e seus possíveis poderes preditivos; e também com a moderna manipulação genética.
O Último Oráculo mantém o ritmo ágil e a ação ininterrupta características da série, mas confesso que cheguei a pensar que Rollins sofreu de algum tipo de alucinação ao escrever esse livro. Achei um pouco estranho a relação que ele estabeleceu entre o autismo e a bioengenharia. No início pensei que tal ligação era uma insensatez, porém descobri detalhes muito interessantes sobre o assunto. Vocês sabiam que Jane Austen, Emily Dickinson, Franz Kafka e outros demonstraram um certo nível de tendências autistas? James Rollins termina sua “nota” deixando o julgamento sobre esse assunto a cargo do leitor.
Tenham em mente que Rollins caminha por uma tênue linha entre o absurdo e o crível, mas é exatamente sua tendência à extravagância que torna os livros uma aventura de tirar o fôlego. Se deixarmos a imaginação correr livre, a Força Sigma é diversão garantida.
Rollins, James. O Último Oráculo. Difel, 2009. 434 p. (Força Sigma. Vol. 5)