Quando todos os assassinatos necessários ocorressem, ele conseguiria parar? Talvez não. Mas, se fosse necessário saciar a fome – por razões recreativas e conforto psicológico –, isso poderia ser feito em outros lugares, à medida que o tempo permitisse. Minneapolis, Des Moines, Omaha. Matar e seguir em frente…
A maconha não ajudava o raciocínio, mas era uma maravilha: relaxava, as estrelas ganhavam vida.
Precisava se concentrar. Tática. Estratégia.
A maconha não ajudava o raciocínio, mas era uma maravilha: relaxava, as estrelas ganhavam vida.
Precisava se concentrar. Tática. Estratégia.
Pag. 84
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Oito anos na polícia de St. Paul, em Minnesota, rendeu a Virgil Flowers um irrecusável convite para ingressar no Departamento de Detenção Criminal (DDC) do estado. Acostumado a assumir casos difíceis, não imaginava que estava prestes a ingressar na investigação mais complicada de sua carreira.
Na pequena cidade de Bluestem, um duplo homicídio que chocou a população desafia a polícia local. Um médico e sua esposa foram assassinados com requintes de crueldade e, Virgil, foi enviado para ajudar o xerife Jim Stryker a solucionar o caso. Mas ao chegar à cidade durante a madrugada, Virgil se depara com um incêndio. No alto da montanha, a residência do fazendeiro Bill Judd é consumida pelas chamas e seus restos mortais foram encontrados entre os escombros.
Anos atrás, Judd arquitetou um golpe milionário que levou vários fazendeiros à bancarrota. Odiado pelos moradores locais, quase toda cidade poderia ser enquadrada como suspeita de seu assassinato.
Virgil é um detetive de polícia experiente e não acredita em coincidências. Há vinte anos não era registrado um crime violento em Bluestem e em poucas semanas a cidade fora palco de três homicídios. Convencido de que os crimes estavam ligados, Virgil inicia uma arriscada investigação.
Em uma cidade onde todos se conhecem, remexer no passado pode ser algo perigoso. Afinal, o assassino pode estar logo ao lado…
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A Sombra da Lua é o primeiro volume da série “Virgil Flowers” escrita por John Sandford. Primeiro romance policial que leio do autor e não sabia bem o que esperar. Sou apaixonada por romances policiais e percebo que estou ficando cada vez mais exigente.
A narrativa do autor é concisa e apresenta diálogos curtos e diretos, porém o texto despretensioso me deixou com a impressão de um enredo pouco elaborado. A simplicidade conferiu agilidade à história, entretanto prefiro tramas policiais mais ricas. Não posso dizer que seja mal escrito, mas é uma composição que carece em detalhes investigativos.
Apesar do autor conseguir manter o suspense em torno da identidade do criminoso até o terço final do livro, não me senti motivada a tentar descobrir quem era o assassino. Sinceramente, faltou algo que me desafiasse como leitora.
A narrativa do autor é concisa e apresenta diálogos curtos e diretos, porém o texto despretensioso me deixou com a impressão de um enredo pouco elaborado. A simplicidade conferiu agilidade à história, entretanto prefiro tramas policiais mais ricas. Não posso dizer que seja mal escrito, mas é uma composição que carece em detalhes investigativos.
Apesar do autor conseguir manter o suspense em torno da identidade do criminoso até o terço final do livro, não me senti motivada a tentar descobrir quem era o assassino. Sinceramente, faltou algo que me desafiasse como leitora.
Em compensação, os personagens são ótimos. Virgil Flowers é um tratante! Sabe aquele tipo de pessoa onde a aparência contrasta com seu intelecto? Virgil é assim. Um investigador competente e que leva a sério o trabalho, mas com uma personalidade um tanto rebelde. Possui cabelos longos demais para um agente da lei, se veste como lhe convém – principalmente com camisetas de bandas de Rock N' Roll –; é astuto e dono de um humor sarcástico.
Um detalhe que eu achei interessante, foi a forma que Virgil encontrou para elaborar suas teses. Ele transcreve suas descobertas como uma história de ficção, colocando os suspeitos como personagens e recriando a cena do crime. Dessa forma ele visualiza o crime como um observador externo, conseguindo perceber detalhes antes ignorados e elaborar novas hipóteses.
Mas há uma característica de Virgil que me desagradou… ele faz comentários grosseiros em relação às mulheres. Em certos momentos, esse seu lado falastrão se mostrou inconveniente.
A Sombra da Lua é uma boa pedida para quem está ingressando no universo dos romances policiais, pois apresenta uma trama simples e ágil do início ao fim.
Sandford, John. Arqueiro, 2012. 263 p. (Virgil Flowers, Vol. 1)