Antes que Lorelei pudesse protestar… ele a beijou. Hesitante, ela deixou seus dedos correrem pelo cabelo espeço enquanto abria os lábios para receber a sedutora invasão de sua língua… A maneira como a língua dele brincava em sua boca, despertando uma paixão que ela havia começado a se achar incapaz de sentir, embaralhou sua mente. Mesmo o calor do corpo dele junto ao seu se infiltrava nela, chegando ao sangue que pulsava em suas veias.
Pág. 41
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Lorelei Sundun estava sentada no jardim sob um lindo sol de verão, quando viu um homem nu no roseiral de seu pai. Estava refletindo sobre a falta de marido e por um momento pensou que talvez tivesse pegado uma febre cerebral. Seria possível estar tendo alucinações? Ela piscou os olhos várias vezes, mas o homem continuou lá… em toda sua glória masculina.
Ao contrário do que outras donzelas fariam – gritar e pedir socorro – Lorelei ofereceu seu xale ao rapaz. Não se sentiu ameaçada por ele, pois percebeu seu embaraço e confusão. Obviamente ele não estava onde gostaria.
Ela nunca ouvira falar dos Wherlocke ou Vaughn, até testemunhar o inconcebível. O homem – que se apresentou como Sir Argus Wherlocke – começou a desvanecer sob seu olhar. O homem não estava ali em carne e osso, mas apenas seu espírito. Antes de desaparecer, ele lhe pediu ajuda. Ela deveria encontrar alguém da família de Sir Argus e os avisar que ele estava correndo perigo de vida. Um homem sem escrúpulos o estava mantendo cativo em algum lugar do campo. Lorelei nunca havia ouvido falar em pessoas com esse tipo de dom, mas decidiu acreditar no que acabara de testemunhar.
Decidida a ajudá-lo, Lorelei escreve para alguns membros da família Wherlocke. Porém, não poderia deixar aquele homem à mercê de bandidos. Atingida por um ardente desejo de libertá-lo e munida de coragem, ela se arrisca para encontrá-lo e consegue resgatá-lo.
Com a fuga de Argus, seus inimigos iniciam uma implacável caçada contra os Wherlocke e Vaughn. Perseguidos por um homem ganancioso, Argus e sua família deverão escapar de armadilhas e antecipar os passos de seus inimigos usando seus dons sobrenaturais como principal arma.
Com a fuga de Argus, seus inimigos iniciam uma implacável caçada contra os Wherlocke e Vaughn. Perseguidos por um homem ganancioso, Argus e sua família deverão escapar de armadilhas e antecipar os passos de seus inimigos usando seus dons sobrenaturais como principal arma.
Com a proximidade Lorelei se apaixona, mas o homem que tanto deseja não está preparado para recebê-la.
Argus descobre que Lorelei pode ser a salvação de seu coração solitário, mas antes de se entregar a esse amor, ele deverá vencer seus inimigos e enfrentar seus próprios fantasmas…
Argus descobre que Lorelei pode ser a salvação de seu coração solitário, mas antes de se entregar a esse amor, ele deverá vencer seus inimigos e enfrentar seus próprios fantasmas…
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“O Escolhido” é o quarto romance da série Wherlocke escrita pela autora Hannah Howell. Após a leitura de três romances sob a uma perspectiva feminina, estava ansiosa para conhecer Argus Wherlocke como protagonista. Foi uma leitura agradável, mas que não atingiu minhas expectativas.
O início do livro é ótimo, pois a promessa de um romance com uma boa dose de ação se concretiza logo nas primeiras páginas. As cenas românticas são repletas de paixão e a química entre o casal é muito boa, mas a hesitação de Argus me irritou profundamente. Os motivos apresentados para a descrença do personagem na instituição do casamento não convencem.
Argus é um homem vivido, com dois filhos ilegítimos e, mesmo assim, se comporta com irresponsabilidade. Não vou entrar em detalhes para não soltar spoiler. Só posso dizer que a autora não teceu de forma apropriada o aspecto emocional de Argus, pois suas ações vão de encontro a seus argumentos. Há muita contradição entre o que ele diz e faz, chegando ao ponto de agir como um cafajeste. Alguns podem achar que a autora teve a intensão de demonstrar os conflitos emocionais que Argus estava enfrentando, entretanto essa abordagem não me agradou. Acabou por destruir a imagem de homem íntegro e maduro que eu fazia de Argus.
Outra falha, que na verdade é uma imensa ponta solta, é a caracterização das supostas aptidões de Lorelei. No início do livro ela consegue enxergar o espírito de Argus, capacidade que o próprio personagem questiona, pois ela não deveria conseguir vê-lo. Depois ela encontra facilmente o local onde Argus está aprisionado, porém a única pista que Lorelei tem é que ele está no campo. A autora justifica a descoberta do cativeiro dizendo apenas que Lorelei é “boa em encontrar coisas”. Como assim? Primeiramente, pensei que Howell revelaria que a personagem também era dotada de algum dom sobrenatural, mas nada disso é abordado posteriormente. Sinceramente, uma omissão imperdoável.
Em compensação, o núcleo familiar de Lorelei é sensacional! Para mim, foi o que realmente salvou o livro. Roland Sundun – Duque de Sundunmoor e pai de Lorelei – é simplesmente encantador. Após três casamentos, ele possui uma turba de dezessete filhos e ainda acolhe muitos parentes que precisam de ajuda. O Duque é conhecido como um homem plácido e dedicado a seus livros, por isso, necessita de um braço direito forte para ajudá-lo na direção de sua casa. É Max – mordomo e amigo de Sundun – quem comanda o exército de filhos do Duque e coloca um pouco de ordem na mansão. Max e Roland são meus preferidos.
A revisão do livro deixou um pouco a desejar. Existem erros espalhados por todo texto, principalmente de concordância nominal.
Enfim, deu para perceber que “O Escolhido” não foi o melhor livro da série para mim. Porém, não posso dizer que foi totalmente decepcionante. Valeu a pena, unicamente, pela família Sundun.
Howell, Hannah. O Escolhido. Lua de Papel, 2012. 192p. (Wherlocke, Vol. 4)