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Digno de Nota

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

“INVISÍVEIS” (Stef Penney)

Parece que encontrei outro passatempo: chama-se Esperando pelo Pior. Não sei o que é o pior, mas as últimas semanas da minha vida têm me desgastado. O que quer que seja o pior, sinto sua proximidade. Coisas horríveis continuam acontecendo – não é minha imaginação. Pág. 322
~~~*~~~
Ray Lovell é um detetive particular meio gorijo* meio rom*, que sempre achou que ser um mestiço era um inconveniente para os negócios. Mas o cliente que acabara de solicitar seus serviços via em sua descendência uma vantagem. Ray foi contratado para investigar o desaparecimento de uma moça cigana e só alguém com sangue cigano conseguiria arrancar informações desse povo tão reservado.

Rose Janko havia desaparecido há mais de seis anos e ninguém disse uma palavra sobre o assunto. Mas agora, seu pai quer descobrir a verdade. O que aconteceu com Rose?

Rose se casou com Ivo Janko, um rapaz bonito e sombrio, membro de uma família de ciganos nômades. Os Janko alegam que ela fugiu com um gorijo após o nascimento de seu filho, uma criança portadora de um distúrbio genético hereditário. Essa seria mesmo a verdade?
Ray teme que as pistas tenham esfriado após tanto tempo, mas ele está determinado a ir até o fim nessa investigação. No entanto, a família Janko não fica nada feliz em ver seus segredos remexidos por um estranho, seja ele cigano ou não.

Mas há alguém entre os Janko que fica empolgado por conhecer um cigano que é detetive… JJ Janko é um adolescente que vive com a mãe em um trailer estacionado ao lado dos outros membros da família.
O garoto terá sua vida abalada com o surgimento da investigação. Ele nunca se perguntou sobre a misteriosa fuga de Rose, mas agora – vendo sua família inquieta com a insistência do detetive Ray – JJ percebe que essa história esconde um segredo.

Ele começa a questionar o porquê de ninguém querer encontrar Rose, mas se vê dividido entre a lealdade perante sua família e a admiração por Ray.
Ressentimentos serão despertados e velhas cicatrizes reabertas, mas por mais que doa não há como fugir do passado. No fim, uma sórdida verdade será revelada.

* gorijo (não cigano) *rom (cigano)
~~~*~~~
Meu interesse por Invisíveis, da autora Stef Penney, foi despertado pela atmosfera de encantamento do modo de vida cigano. Os costumes desse povo nômade sempre exerceram uma grande atração sobre mim.
Mas em Invisíveis o leitor terá uma visão mais próxima do real desse povo. Pouco vemos dos ciganos repletos de magia e sedução da ficção.

Os capítulos são alternados entre dois personagens; Ray Lovell e JJ Janko. É através de JJ que o leitor irá conhecer a história pelo ponto de vista dos Janko.
No início JJ é um menino doce e inocente – chegando a ser infantil para a idade –, mas com o desenrolar da história ele amadurece visivelmente. O ponto alto do livro foram os vislumbres do modo de vida e laços familiares dos cigano, cuja relação está apoiada na cumplicidade familiar – uma das razões para o isolamento social. Eu adorei cada descrição feita por JJ, um personagem inteligente e carismático.

Agora, o detetive Ray não me conquistou. Um homem determinado no trabalho, mas um fracasso na vida pessoal. Sempre gostei de personagens imperfeitos, pois se tornam mais humanos aos olhos do leitor, mas a caracterização de Ray me desagradou. A tentativa de descrevê-lo como um homem sensível e romântico não funcionou. Ray é tão patético que cheguei a sentir antipatia pelo personagem.

O texto de Penney tem um ritmo brando – meio melancólico –, e focado no mistério em torno do desaparecimento da cigana Rose Janko. A trama investigativa não chegou a desapontar, mas achei que a autora exagerou um pouco no emaranhado de conspirações. O desfecho surpreende, mas é um tanto forçado. Na verdade, hipóteses são apresentadas, mas não há nenhuma comprovação conclusiva.   Infelizmente não comprei a ideia.

Invisíveis é um romance que prende o leitor pelos mistérios que transbordam em suas página e pela imagem sedutora dos ciganos. Não é um livro que provoque grandes emoções, mas que reserva boas surpresas ao leitor.

Penney, Stef. Invisíveis. Intrínseca, 2012. 380 p.
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