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Digno de Nota

sexta-feira, 19 de julho de 2013

“E SE FOSSE VERDADE…” (Marc Levy)

— O que vou contar não é fácil de ouvir, pois é meio inverossímil, mas se puder escutar minha história, se puder confiar em mim, talvez acabe acreditando e seria muito importante, pois, mesmo sem saber, é a única pessoa no mundo com que posso dividir esse segredo.
p. 35
~~~*~~~
Sinopse:
O que você pensaria ao encontrar uma mulher escondida, cantarolando dentro do seu armário? Uma mulher que se espanta quando descobre que você consegue vê-la? Que desaparece e reaparece quando bem quer, e diz estar mergulhada num coma profundo?

E se fosse verdade?…

Lauren é uma jovem médica com muito potencial: faz residência no San Francisco Memorial Hospital, na Califórnia. Porém, sua carreira promissora é interrompida quando ela é vítima de um grave acidente de carro e fica em estado de coma.

Com morte cerebral confirmada, ela acorda e descobre que está fora de seu corpo – incomunicável como um fantasma. De forma misteriosa, Lauren consegue ser vista apenas pelo solitário Arthur, o novo inquilino de seu apartamento.

Cético, ele leva algum tempo para acreditar na história da invasora, mas logo o sentimento entre os dois se torna algo a mais. Sem esperanças, os médicos e a família da jovem decidem fazer a eutanásia.
Agora, o casal terá que lutar para salvar o corpo de Lauren, e descobrir alguma forma de reuni-lo com sua consciência.
~~~*~~~
Quando recebi E se Fosse Verdade… – romance de Marc Levy relançado pela Suma de Letras – pensei que a leitura seria pouco interessante. O principal motivo para esse pensamento foi que eu assisti a adaptação cinematográfica do livro – protagonizada por Reese Witherspoon e Mark Ruffalo – umas três vezes, no mínimo. Me sinto desmotivada em ler um livro cuja história eu já conheço. Assim, não esperava nada de novo lendo o romance.
Entretanto, a história apresentada no filme não é exatamente igual a do livro. O âmago do enredo é o mesmo, porém a história é contada de forma diferente e a cronologia dos eventos é outra. Para minha surpresa, E se Fosse Verdade conseguiu me envolver.

A narrativa é em terceira pessoa, oferecendo ao leitor o ponto de vista de ambos personagens. Imaginei que Lauren seria o foco da trama, mas é Arthur quem recebe maior atenção. É difícil de explicar… Claro que Lauren ocupa um papel importante na história, porém faltou desenvolvimento. Que tipo de pessoa ela era antes do acidente? Por que só Arthur consegue vê-la, ouvi-la e senti-la? Esse é um mistério que o autor não explica, nem tenta na verdade.

Quem já leu Marc Levy, conhece seu estilo narrativo. O autor divaga um pouco, dá uma enrolada nos diálogos... Em consequência disso o ritmo da leitura oscila, ora flui rapidamente ora se arrasta. Não é uma característica que me incomode, mas alguns leitores podem se aborrecer nesses trechos mais lentos.

E se Fosse Verdade… é uma história de amor sobrenatural que desafia a imaginação, mas também é um relato sobre a fragilidade da vida. Então, faço minhas as palavras de Lauren… A vida é mágica (...) aproveitemos todos os segundos que nos restam. (p. 207)

Levy, Marc. E se Fosse Verdade… Suma de Letras, 2013. 229 p.

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