“Não era como se a minha presença fizesse o mundo dele mais feliz. A sensação
que eu tinha era de ser o mundo dele. Não havia explosões. Não havia fogos de
artifício. Era uma chama lenta, queimando de dentro para fora.”
~~~*~~~
(pode conter spoiler para quem não leu A Seleção)Sinopse:
A vida no palácio não era tão ruim quanto America imaginava. Ou melhor: com todos os mimos e privilégios que estava tendo, ela já mal se lembrava de como era pertencer à casta Cinco. Ser Um, em compensação, era fácil: suas criadas eram costureiras talentosíssimas e faziam vestidos maravilhosos; os banquetes e as festas que frequentava eram incrivelmente divertidos; e o conforto em que vivia agora seria impensável alguns meses atrás. Além de tudo, quando sentia saudade de casa, tinha Aspen por perto.
Ele era compreensivo, companheiro e tinha decidido colocar sua vida em perigo por ela - afinal, o que aconteceria se alguém descobrisse que, além de guarda do palácio, era ex-namorado de uma das candidatas? Era com Aspen que America contava nas horas mais difíceis. Por outro lado, o príncipe Maxon era atraente, bondoso, carinhoso e - o mais importante - desejava America mais do que qualquer outra garota da Elite.
Mas, além de estar com o coração secretamente dividido, também era difícil lidar com o fato de que aceitar Maxon significava ter que aceitar uma coroa. America não tinha certeza se gostaria de ser uma princesa. Apesar da vida glamorosa, havia tantas coisas com as quais ela não concordava e que permaneciam sem explicação: por que o palácio sofria tantos ataques rebeldes? O que era reivindicado? Por que os castigos aos infratores tinham de ser tão violentos? O que estava por trás daquele regime de castas tão cruel?
O tempo está acabando e as dúvidas de America só aumentam.
~~~*~~~
A Elite é o segundo volume da série A Seleção de Kiera Cass. A série é
classificada como uma distopia, porém o enredo foca no romance. O ramo distópico deixa a desejar. Nesse segundo volume alguns pontos interessantes são mais explorados,
como: os ataques dos rebeldes, o nascimento de Illéa e como a estrutura social
foi criada. Mesmo assim, não achei satisfatório para uma distopia.Os ataques ao castelo, por exemplo, são constantes e pouco convincentes. Como a segurança do rei pode ser tão fraca e despreparada? Faltou força nos argumentos.
America parece desejar que a qualidade de vida do povo melhore, mas não demostra ter pretensões quanto a ser parte integrante de um movimento de libertação. Apesar dos personagens serem atingidos pelos levantes no decorrer da história, estes são apresentados como algo impessoal e distante da realidade que estão vivendo no momento. America me pareceu preocupada demais com o “mundinho” do palácio e da Seleção.
Por outro lado, temos um ponto de vista diferente da maioria das distopias. Aqui, acompanhamos os acontecimentos pelo lado de dentro, ou seja, através da visão dos habitantes do palácio e não do povo. E, sinceramente, apesar da estrutura social ser injusta, não acho o governo tão opressor. Na verdade, considero o rei de Illéa omisso.
Deixando de lado o seguimento distópico, vamos falar do romance… Gente, que porre!! América me irritou com sua indecisão e dúvidas constantes. Não sabe de quem gosta – Maxon ou Aspen – e quando eu pensava que havia se decidido… ela voltava a questionar seus sentimentos. Confesso que perdi a paciência com America. Ou £@ʠΣ ou sai de cima, poxa!
Maxon é um fofo! Provou ter uma paciência de Jó. Porque se é comigo, eu tinha mandado América para casa na primeira vacilada da garota. Agora, não consigo simpatizar com Aspen. Para mim, ele é dispensável.
A série não apresenta uma trama que se destaca pela originalidade, mas A Elite foi uma leitura cativante, apesar de tudo. America me enervou, quase joguei o livro na parede, mas não consegui largá-lo. Vai entender?
Cass, Kiera. A Elite. Seguinte, 2013. 354 p. (A Seleção, Vol.2)