A vida era curta, independentemente de quantos dias lhe fossem concedidos. E as pessoas eram preciosas, todas elas, independentemente de quantas você tivesse a sorte de ter em sua vida. E o amor...valia a pena morrer por amor.
E também valia a pena viver por amor.
p. 694
~~~*~~~
(contém spoiler para quem não leu os livros anteriores)
O destino era mesmo uma droga. Não fazia nada além de entrar sem permissão e urinar no jardim florido de todos…
Após a morte de sua Shellan, Tohrment se tornou o que as pessoas definiam como “a morte em pessoa” – como se os eventos de sua vida fossem inevitavelmente resultar em destruição. A vida de Tohr não tinha mais sentido e tudo que importava era mutilar e matar o inimigo. Seu corpo estava entrando em colapso – pois ele não se alimentava de outra fêmea – dormia mal e procurava alívio no entorpecimento do álcool e na adrenalina do campo de batalha. A morte era apenas questão de tempo.
Seu único consolo era pensar que sua amada estava em paz, descansando com seu filho no Fade. Mas sua ilusão foi logo destruída… Quando o anjo Lassiter lhe diz que sua shellan e seu filho estão presos no Limbo, Tohr descobre que o destino é mais cruel do que ele imaginava. Para libertá-los do sofrimento eterno, ele deve seguir em frente, desapegar-se e deixar que sua shellan descanse em paz. Ele precisa reencontrar o amor. Mas para ele, essa tarefa parece impossível, e teme que ele e sua amada estejam ambos condenados.
Então, Tohr reencontra No’One – uma fêmea que conheceu num passado distante. Ele sabe do sofrimento que foi infligido a No’One e, apesar de compadecer-se de sua sorte, não consegue deixar que outra fêmea entre em sua vida. Porém, pouco a pouco, o jeito delicado e humilde de No’One começam a romper as barreiras que Tohr construiu em torno de seu coração.
Tohr se aproxima de No’One e descobre uma fêmea intrigante e sensual. Seus instintos a muito adormecidos são despertados, e Tohr descobre-se desejando aquela mulher. Sua consciência diz que ele amará apenas sua shellan, mas seu corpo o trai e diz algo diferente. Não há como negar seus impulsos de “macho”.
Dividido entre um amor do passado e um futuro arrebatador, Tohr segue sua vida aos tropeços. Ele não deseja esquecer, mas sabe que sua shellan só entrará no Fade se ele libertá-la. Mas para isso muito sangue, suor e lágrimas precisarão ser derramados.
~~~*~~~
“Amante Renascido” – décimo volume da série Irmandade da Adaga Negra de J. R. Ward – é o romance dedicado a Tohrment e No’One. Ah… como eu estava com saudades dos Irmãos! Fazia tempo que não lia nada da série e estava ansiosa por esse reencontro. Se você não leu os livros anteriores, saiba um pouco mais sobre a série AQUI.
Tohrment sempre se destacou em relação aos outros guerreiros da Irmandade, não por ser mais forte ou letal, mas por ser vinculado desde o início da série e, assim, possuir uma disposição mais séria e responsável. Antes de sua vida mudar por conta dos ataques dos Redutores, Tohr era o guerreiro que transmitia segurança e certa racionalidade em meio a tantos “machos” impetuosos.
Quem acompanha a série sabe como Tohrment mudou após a tragédia que se abateu sobre ele. Com o espírito alquebrado, Tohrment tornou-se apenas uma sombra do guerreiro que fora um dia. Perdeu o vigor e curvou-se frente ao destino trágico que lhe foi imposto. Sua única inspiração vem do desejo de vingança contra os Redutores, e a esperança de talvez morrer no campo de batalha.
O processo de superação é lento, mas inspirador. Tohr não quer esquecer, ele nega qualquer tipo de ajuda ou conselho, e não consegue enxergar o quanto está fazendo mal a si mesmo. Para suplantar seus medos e revoltas, ele vai precisar de um empurrãozinho. É aí que entra em cena o anjo Lassiter, um personagem que cresceu muito nesse livro. Seu jeito sarcástico e repleto de humor ácido, me conquistou desde o início.
No’One, a “fêmea” que entra na vida de Tohr, também é uma mulher marcada e que precisa enfrentar os fantasmas do passado. Desde o primeiro livro, a autora frisou que os machos amam apenas uma Shellan e respiram por elas – para toda eternidade. Ward desconstruiu o vinculo mais lindo da série, o de um hellren e sua shellan. Foi difícil, de uma hora para outra, esquecer essa crença e aceitar Tohr se “esfregando” com outra fêmea. Apesar disso, No’One me conquistou.
A Irmandade da Adaga Negra ganha um novo inimigo, mais interessante e que promete ser letal. Quase não vemos os Redutores em ação, o que eu achei ótimo. Adorei o Bando de Bastardos! Aquele tipo de vilão que provoca sentimentos conflitantes no leitor, ainda não sei se amo ou odeio Xcor – líder desse grupo.
Porém, nem tudo são flores… Gostei do texto mais próximo do original, pois não houve a costumeira suavização do linguajar. Finalmente vemos os Irmãos “rasgarem o verbo”. Porém, a revisão está terrível! Uma enxurrada de erros crassos. Uma pena.
Enfim, Amante Renascido é um livro de perdas, superação, redenção e cura – tanto da mente quanto do espírito. Preciso dizer que adorei? Leitura obrigatória para os fãs de IAN.
*Amante Renascido foi o livro escolhido na última enquete Escolha do Leitor.
*Amante Renascido foi o livro escolhido na última enquete Escolha do Leitor.