Talvez tudo se resumisse a isso mesmo. Havia um príncipe e quatro garotas, três das quais voltariam para casa com pouco mais que uma história interessante sobre como passaram o outono.
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Sinopse:
America era a candidata mais improvável da Seleção: se inscreveu por insistência da mãe e aceitou participar da competição só para se afastar de Aspen, um garoto que partira seu coração. Ao conhecer melhor o príncipe, porém, surgiu uma amizade que logo se transformou em algo mais… No entanto, toda vez que Maxon parecia estar certo de que escolheria America, algum obstáculo fazia os dois se afastarem.
Um desses obstáculos era Aspen, que passou a ocupar o posto de guarda no palácio e estava decidido a reconquistar a namorada. Em encontros proibidos, ele a reconfortava em meio àquele mundo de luxos e rivalidades. Com essas idas e vindas, America perdeu um pouco de espaço no coração do príncipe, lugar que foi prontamente ocupado por outra concorrente. Para completar, o rei odiava America e a considerava a pior opção para o filho. Assim, tentava sabotar a relação dos dois, inventando mentiras e colocando a garota em prova a todo instante.
Agora, para conseguir o que deseja, America precisa cortar os laços com Aspen, conquistar o povo de Illéa e conseguir novos aliados políticos. Mas tudo pode sair do controle quando ela começa a questionar o sistema de castas e a estratégia usada para lidar com os ataques rebeldes...
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A Escolha é o terceiro e último volume da trilogia A Seleção de Kiera Cass. Os finais de séries não costumam me surpreender e, infelizmente, A Escolha não fugiu à regra. Confesso que eu esperava mais desse livro… mais aprofundamento nos temas distópicos, mais amadurecimento dos personagens e abordagens menos estereotipadas.
Nas resenhas dos volumes anteriores, eu comentei sobre como o ramo distópico do enredo era fraco. Para mim, é mais uma distração, um pano de fundo que proporcione a introdução de cenas de ação e conflitos. O problema, é que os assuntos propostos não foram desenvolvidos adequadamente, como: a estrutura politica, a exclusão social das castas inferiores, a pobreza, a falta de liberdade de escolha e etc. O enredo careceu de foco nas críticas e debates.
Na verdade, a autora deu um pouco mais de atenção às ações dos rebeldes. Também percebi uma maior participação do Rei Clarkson e sua convicção no sistema de castas, mostrando-se um tanto intolerante. Apesar de suas opiniões arraigadas e ações que podem parecer injustas, não dá para considerar o Rei um tirano. Por isso, ainda acho que a série é mais um romance fofo do que uma distopia.
O início do livro continua com aquela ladainha sem fim – vou, não vou – o “chove, mas não molha” de sempre. A insegurança, as dúvidas e os conflitos emocionais de America ainda estão presentes. Porém, aproximadamente após o primeiro terço da história, ela finalmente reconhece seus sentimentos e decide lutar pelo seu amado. Não era sem tempo!
A partir desse ponto o livro segue uma linha previsível. Com alguns momentos interessantes, sim, mas nada muito ousado. A autora recorre a um recurso comum nos romances juvenis e que sempre me incomoda… Os vilões decidem de uma hora para outra se redimirem, os inimigos tornam-se amigos, as más ações são perdoadas e os erros esquecidos. Que tédio!
O desfecho é clichê, um final de conto de fadas. Eu gosto de finais felizes, pois aquecem o coração, mas esperava algo que fugisse um pouco do comum.
Gente, faltou livro. O enredo ficou com varias arestas a serem aparadas, cheio de assuntos mal acabados e corrido. Não é de todo ruim, mas para um leitor mais exigente a trama deixa a desejar.
A Escolha foi uma leitura leve e divertida, entretanto como desfecho de série foi um livro “mais do mesmo”. Ainda assim, é leitura obrigatória para quem acompanha a trilogia.
Cass, Kiera. A Escolha. Seguinte, 2014. 352 p. (A Seleção, Vol.3)