(…) Todos os homens são dotados de livre-arbítrio. Há sempre
uma opção, exceto em relação à morte.
p. 271
~~~*~~~
Sinopse:
Um jornalista é atropelado no cenário congelante de uma cidadezinha ao norte
da Suécia. Enquanto isso, Annika Bengtzon, a repórter de um tabloide de
Estocolmo, planeja escrever uma serie de artigos sobre um ataque terrorista
ocorrido há mais de 30 anos contra uma base aérea próxima daquele lugar remoto.
Ela pretendia entrevistar o repórter, e agora desconfia que sua morte tenha
alguma relação com o atentado.
Indo contra ordens explícitas de seu chefe, Annika começa a investigar o
caso, que logo é sucedido por uma série de assassinatos chocantes. Ela não tem
dúvidas de que os crimes possuem alguma conexão. Ao mesmo tempo, passa a
suspeitar que seu marido esteja escondendo algo, e não há nada que alivie a
solidão que invadiu sua vida.
Agora, além dos mistérios que cercam os assassinatos, Annika deverá desvendar
também as mentiras que estão destruindo sua própria família. Mas, à espreita,
uma figura assassina de sangue frio e alma sedutora observa seus passos.
~~~*~~~
A Loba Vermelha é o quinto volume da série Annika Bengtzon de
Liza Marklund. Pois é, mais uma série
policial publicada fora de ordem. Nem vou debater o assunto, pois não adianta
desfiar críticas às editoras.
A história nos apresenta uma investigação feita sob o olhar de uma jornalista policial, Annika Bengtzon. Foi exatamente esse ponto de vista distinto que me atraiu, pois nunca havia lido um romance policial cuja investigação é realizada partindo de uma pesquisa para um artigo de jornal. Pois bem, essa abordagem é muito bacana, porém é um terreno propício para inconsistências.
A história nos apresenta uma investigação feita sob o olhar de uma jornalista policial, Annika Bengtzon. Foi exatamente esse ponto de vista distinto que me atraiu, pois nunca havia lido um romance policial cuja investigação é realizada partindo de uma pesquisa para um artigo de jornal. Pois bem, essa abordagem é muito bacana, porém é um terreno propício para inconsistências.
A Loba Vermelha é um romance policial conflitante,
daqueles que instigam a curiosidade pela forma que o enredo é construído e, ao
mesmo tempo, nos deixam com uma “pontinha” de descontentamento. A narrativa de
Marklund expõe de forma muito detalhada todos os assuntos propostos no livro.
Desde a pesquisa de Annika – que adquire ares de investigação no decorrer da
história – até pormenores de sua vida particular, dramas familiares, traumas
passados e eventos paralelos relacionadas a personagens secundários.
A investigação apresentada em A Loba Vermelha, recai sobre eventos ligados a politica, grupos extremistas e terrorismo ocorridos na Suécia na década de 1960. Mas a autora também foca a vida particular e os problemas emocionais de Annika. Grande parte da história faz referencia ao passado da protagonista, o que atravancou um pouco minha leitura. Apesar do texto ser fluido, não ter conhecimento sobre os eventos ocorridos nos livros anteriores e entender a relevância de alguns personagens para o contexto geral da trama, foi desestimulante para mim.
Marklund apenas nos dá um vislumbre do passado traumático de Annika. Não sabemos os detalhes do evento, mas a autora fornece algumas informações sobre o ocorrido que, com certeza, teve um grande impacto em sua vida.
Infelizmente, ler os livros anteriores me
pareceu fundamental para ter uma melhor compreensão do caráter da
protagonista.
Apesar de ter me sentido à margem da história no decorrer do
livro, tenho que reconhecer que o enredo é complexo, instigante e bem escrito.
Não sei se os volumes anteriores da série serão lançados por aqui, mas gostaria
que sim. Confesso que a mente confusa e ligeiramente perturbada de Annika é um
“quebra-cabeça” que eu adoraria decifrar.