Ele sabia que quase tão difícil quanto deter a maré que sobe, é deter no caráter humano o desejo de infligir dor. Os corvos sabiam. Eles esperavam na Floresta Velha pela partida de Artor. E, Talvez decidissem segui-lo, porque todo carniceiro sabe quando a ave de rapina alça voo.
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Doze anos se passaram desde que o jovem Artorex fora nomeado Dux Bellorum – o combatente que traria esperança para toda Britânia. Agora ele é Artor, e seu destino havia sido selado ao ser coroado Alto Rei dos bretões. Sua tarefa não é fácil, para expulsar os saxões de seus domínios, ele precisa unificar as tribos celtas contra um inimigo impiedoso. Com seu talento para estratégias militares e habilidade como guerreiro, Artor reprimiu o avanço saxão e conquistou prosperidade para seu povo, ainda que isso tenha custado a vida de seu grande amor. Após muito sangue derramado nos campos de batalha, Artor conseguiu consolidar seu reinado.
Contudo, a paz é algo frágil e está muito distante de Artor. O perigo está a espreita nas fronteiras de seu reino e o sanguinário chefe saxão Glamdring, o punho de ferro, continua desafiando a liderança de Artor. O Alto Rei se vê mais uma vez forçado a marchar com suas tropas contra a praga saxã. Para vencer essa batalha, Artor se lança em um embate mortal.
Mesmo após ter eliminado seu inimigo, o Alto Rei está longe de ver a Britânia livre de ameaças. Sua vida pessoal enfrenta um momento delicado… Seu coração sempre será de sua primeira esposa, Gallia, mas o reino precisa de um herdeiro. Assim, seguindo o conselho de seu antigo mentor, Myrddion Merlinus, Artor desposa Wenhaver, uma jovem nobre.
Porém, sua nova companheira revela-se uma mulher traiçoeira e cruel. O equilíbrio de seu reino começa a ser minado de dentro para fora. Artor vê o coração de seu reino ser dominado pela traição e corrupção.
Agora, ele sente o peso da liderança e do poder. Artor precisa fazer escolhas arriscadas e planejar seu próximo passo com cautela, pois a estabilidade que tanto lutou para conseguir está prestes a ser destruída. O destino da Britânia se tornou algo perigosamente incerto.
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O Guerreiro do Oeste é o segundo volume das Crônicas do Rei Artur escrito pela historiadora e especialista em lendas arturianas M.K. Hume. Eu me apaixonei pelo jovem Artorex no primeiro livro, O Filho do Dragão, – o garoto criado como filho adotivo de um nobre que se tornou um grande guerreiro. Ele não sabia, mas estava destinado a grandes feitos e responsabilidades… nascera para ser rei.
Nesse segundo volume acompanhamos a história de Artor – o alto rei dos bretões, cuja vida é dedicada a manter as tribos unificadas e livre da invasão dos saxões. Diferente do livro anterior, não lemos sobre um jovem de espírito valente e sonhador. Em O Guerreiro do Oeste encontramos um homem maduro, um soberano que muitas vezes se vê forçado a tomar decisões cruéis pelo bem da Britânia. Apesar de tentar governar de forma diferente de Uther Pendragon, Artor acaba abraçando grande parte da violência e irracionalidade do pai.
Contudo, Artor não sente prazer com isso. Ele é pragmático e sabe que suas ações são necessárias para consolidar sua liderança.
Mesmo sendo retratado como um homem endurecido e distante, Artor não sucumbe à ambição e tenta manter sua honra. Apesar de muitas vezes flertar com a injustiça e barbárie. De acordo com a própria autora… seu herói faz o melhor que pode com o que tem – e quem pode pedir mais que isso de alguém?
Mesmo sendo retratado como um homem endurecido e distante, Artor não sucumbe à ambição e tenta manter sua honra. Apesar de muitas vezes flertar com a injustiça e barbárie. De acordo com a própria autora… seu herói faz o melhor que pode com o que tem – e quem pode pedir mais que isso de alguém?
Minha única queixa é em relação à falta de continuidade em algumas cenas ou acontecimentos ao longo da história. Na verdade, a maioria das cenas são descritas com requintes de detalhes, porém em vários momentos importantes a autora interrompe a sequência de ação e passa diretamente à conclusão do acontecimento em destaque. Essa quebra de seguimento dos eventos me incomodou um pouco.
O que mais me fascina no mito de Artur, é a dúvida que existe sobre sua real existência. Jamais saberemos se ele viveu um dia, mas seu mito nos faz sonhar com heróis de valor e caráter nobre. Para os fãs de épicos históricos e apaixonados pelas lendas arturianas, As Crônicas do Rei Artur é leitura obrigatória!
Ave, Artor!