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Digno de Nota

quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

“O LEOPARDO” (Jo Nesbø)

O que é, onde está, aquilo que transforma alguém num assassino? É nato, está em algum gene, uma herança que algumas pessoas têm e outras não? Ou se desenvolve por necessidade, como forma de enfrentar o mundo, uma estratégia de sobrevivência, uma doença salvadora, loucura racional? Pois, assim como a doença é um bombardeio febril do corpo, a loucura é um retiro necessário a um lugar onde se pode retomar as forças.
p. 11
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Sinopse:

Ópio, álcool e jogos de azar. É nesta tríade de autodestruição que o inspetor Harry Hole mergulha para fugir de sua vida em Oslo. Sozinho, ele alimenta seus vícios na esperança de que o anonimato na grande Hong Kong possa protegê-lo das indesejadas visitas do passado. Porém, por mais que tente fugir, um assassino sórdido pode trazê-lo de volta.

Em Oslo, duas mulheres são encontradas afogadas no próprio sangue. Aparentemente a causa da morte é uma série de ferimentos no interior da boca da vítima. Diante do cenário hediondo, a Divisão de Homicídios não vê outra saída a não se chamar o experiente Harry Hole. E cabe à jovem policial Kaja Solness a difícil tarefa de convencê-lo a assumir o caso. Relutante em voltar, ele se rende apenas quando descobre que seu pai está sofrendo de uma doença grave.

Nesse meio-tempo, uma nova vítima é localizada, mas a causa da morte, dessa vez, é enforcamento. O único ponto em comum entre as três mulheres assassinadas é terem passado uma noite em uma cabana isolada. Conforme a investigação avança, Harry tem certeza de que está lidando com um perigoso e implacável assassino, um caçador que escolhe criteriosamente suas presas.

Para desvendar a identidade desse monstruoso serial killer e impedir outras mortes, Harry precisa, antes de tudo, lidar com os próprios demônios que atormentam tanto sua vida pessoal quanto profissional. Porém, ele não imagina que, ao assumir o caso, coloca-se na mira desse perigoso psicopata.
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O Leopardo é o oitavo volume da série policial Harry Hole do autor norueguês Jo Nesbø. Na resenha do livro anterior – Boneco de Neve – eu comentei que o enredo do livro era independente dos demais e que seria possível lê-lo fora de ordem. Em O Leopardo não ocorre o mesmo, pois o enredo cita muitos eventos do livro anterior. E, para entender a atual condição emocional de Harry Hole, é importante que ambos os livros sejam lidos na ordem cronológica.

Muitas vezes, series extensas tendem a perder um pouco de sua “essência”, o autor se alonga demais e a coisa toda perde o sentido. Isso não acontece aqui, tenho a impressão de que a cada livro as histórias de Nesbø superam a anterior e ficam mais emocionantes. 
Fui “fisgada” pelo autor logo no primeiro capítulo, onde a descrição da tortura psicológica e física infligida à vítima me deixaram tensa e impressionada. Depois de ler o início macabro de O Leopardo não consegui mais largar o livro.

Mais uma vez o detetive Harry Hole está à caça de um assassino astuto e brutal, cuja forma de agir e motivação desafia a polícia. O enredo central de O Leopardo é a investigação policial, porém o que move a série é o conflito moral, psicológico e emocional que o protagonista enfrenta. 
Hole é um poço de contradição! Perspicaz e muito competente na área profissional, contudo sua vida pessoal é um caos. Um homem sombrio… amargo, atormentado por fantasmas do passado e tocado pelos horrores que presencia. Um personagem extremamente humano, que sucumbiu à bebida e ao vício em drogas.

Para mim, Harry Hole é a “alma” da série. Sua personalidade complexa e divergente é o que dá força e vivacidade às histórias. Um anti-herói difícil de se simpatizar, mas que me conquistou mesmo com todos os defeitos e erros cometidos. Entretanto, em O Leopardo percebemos que Hole está mais alquebrado, curvando-se aos reveses da vida. Apesar dos dilemas enfrentados pelo personagem serem interessantíssimos, não gostei de vê-lo enfraquecido e tão vulnerável.

O caso atual é de difícil resolução e exige muita diligência da equipe responsável pela investigação. Com um assassino cruel e cenas que me fizeram gelar, a leitura foi muitíssimo divertida. Reclamei que as cenas em Boneco de Neve eram pouco explícitas, em compensação nesse volume o autor destilou perversidade.
Estou ansiosa pelo próximo livro da série! Para os fãs de literatura policial, a série Harry Hole é uma ótima pedida. 

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