Eles podem me engordar. Eles podem refazer todo o meu corpo, me
dar roupas elegantes e me deixar novamente bonita. Eles podem bolar armas de
sonho que ganharão vida em minhas mãos, mas jamais farão novamente a lavagem
cerebral para me convencer da necessidade de utilizá-las. Não tenho mais nenhum
compromisso com aqueles monstros chamados seres humanos. Eu mesma me desprezo
por fazer parte deles. (...)
p. 404 - 405.
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Sinopse:
Depois de sobreviver duas vezes à crueldade de uma arena
projetada para destruí-la, Katniss acreditava que não precisaria mais lutar. Mas
as regras do jogo mudaram: com a chegada dos rebeldes do lendário Distrito 13,
enfim é possível organizar uma resistência. Começou a revolução.
A coragem de Katniss nos jogos fez nascer a esperança em um
país disposto a fazer de tudo para se livrar da opressão. E agora, contra a
própria vontade, ela precisa assumir seu lugar como símbolo da causa rebelde.
Ela precisa virar o Tordo.
Katniss Everdeen tentará se encontrar no papel de símbolo de
uma revolução, enquanto luta para proteger sua mãe e sua irmã no meio de uma
guerra.
O sucesso da revolução dependerá de Katniss aceitar ou não essa
responsabilidade. Será que vale a pena colocar sua família em risco novamente?
Será que as vidas de Peeta e Gale serão os tributos exigidos nessa nova guerra?
Ser o símbolo da revolução tem um preço alto para Katniss, que
terá que decidir o quanto da sua própria humanidade e sanidade ela poderá
arriscar em nome da causa, dos seus amigos e da sua família.
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A Esperança é o último livro da trilogia Jogos Vorazes de
Suzanne Collins. Sim, eu sei... estou terrivelmente atrasada! A série virou
filme, os fãs estão cansados de saber o desfecho e eu, estou aqui, resenhando
história ultrapassada. Rsrs
Apesar de tudo conspirarar para que eu "pegasse" algum spoiler
por aí, por incrível que pareça, iniciei a leitura sem saber nada sobre a
evolução da história. Então, A Esperança acabou sendo uma agradável surpresa.
Confesso que imaginei um desfecho diferente, porém o final criado por Collins me
agradou muito mais.
Tenho uma relação de amor e ódio com Katniss. Adoro o que ela
representa… o desafio, o rosto da mudança, um ícone da luta. Mas nesse último
livro quase tive um "faniquito" com todas as lambanças da Katniss. Teimosa e
birrenta ela é desde o primeiro livro, porém aqui ela se mostra egoísta, um
tanto insensível - principalmente em relação ao Peeta -, e extremamente
instável.
A história me passou a mensagem de que Katniss era apenas um
joguete nas mãos de quem realmente comandava e sua liderança apenas de fachada.
A garota guerreira e destemida do primeiro livro desapareceu, mergulhou numa
onda de desespero, autopiedade e transformou-se em uma sombra. Claro que toda
violência, pressão e terror pelo qual ela passou desestabilizariam qualquer
pessoa sã. Porém, a fragilidade e descontrole que Katniss apresentou não são
características de uma líder nata e que precisa dar o exemplo de força e
determinação.
Não me agradou ver Katniss tão vulnerável. Eu queria uma líder
de verdade, não uma marionete!
Suzanne Collins foi muito realista, ela afastou abstrações e
ilusões para compor um final plausível. Contudo, achei que faltou informação.
Muitos personagens que tiveram um papel importante ao longo do livro, foram
esquecidos ou seu destino somente citado no final. Poxa... Dizer apenas que
"fulano" ficou no Distrito 2 ou que "beltrano" está se saindo bem na Capital não
basta!
Bem, apesar dos poréns, a leitura vale a pena. Com certeza, vocês já estão cansados de ouvir por aí como
a série Jogos Vorazes é leitura obrigatória e blá blá blá. Mas vou repetir a opinião da
maioria… Leiam, porque a trilogia é danada de boa!