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Digno de Nota

terça-feira, 4 de agosto de 2015

“GALVESTON” (Nic Pizzolatto)

Eu estava errado quando disse a Rocky que você pode escolher o que sente. Não é verdade. Nem mesmo é verdade que você possa escolher quando vai sentir. O que acontece de fato é que o passado coagula como uma catarata ou uma casca de lembranças sobre seus olhos. E, um dia, a luz atravessa.
p.228
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Sinopse:
No mesmo dia em que é diagnosticado com uma doença terminal, Roy Cady pressente que o chefe, um agiota e dono de bar que é o mandachuva em Nova Orleans, quer vê-lo morto. Conhecido entre os membros da gangue pelo nada afetuoso apelido de Big Country, por causa do cabelo comprido e das botas de caubói, Roy desconfia de que o serviço de rotina para o qual foi enviado possa ser uma emboscada. E de fato é. Mas consegue inverter os papéis e, após um banho de sangue, escapa ileso.

Além de Roy, só há mais uma pessoa viva no local, uma mulher, e num ato impensado ele aponta uma arma para a cabeça dela e a leva consigo na fuga em direção à cidade de Galveston – uma decisão imprudente e sem volta. A mulher, uma prostituta de 18 anos chamada Rocky, é jovem demais, durona demais, sexy demais – e certamente trará para Roy problemas demais.
~~~*~~~
Meu interesse por Galveston, de Nic Pizzolatto, foi despertado quando soube que o autor é o criador, roteirista e produtor de True Detective. Adoro o estilo e o formato da série apresentada pela HBO e minhas expectativas eram altas em relação ao livro. Entretanto, me senti um tanto desmotivada durante a leitura.

Bem… o livro possui uma atmosfera noir, como divulgado em sua capa, porém não possui as características de um policial. Na verdade, não consigo encaixa-lo em um gênero literário. 
Confesso que esperava algo nos moldes da série televisiva, onde o passado e o presente de dois detetives de homicídios se entrelaçam ao longo dos anos na busca de um serial killer. Apesar do início intrigante e que insinua apresentar um romance com elementos ligados à literatura criminal, durante a evolução, Galveston, pende para uma espécie de reflexão filosófica. 
O livro é dividido em cinco partes, intercalando os eventos iniciais ocorridos em 1987 e na sequência o que acontece com Roy vinte anos depois, em 2008.

Depois de um começo agitado, onde Roy Cady – um matador de aluguel – inicia uma fuga ao lado de uma prostituta após escapar de uma emboscada, a história entra numa fase de investigação de causas e efeitos por parte do protagonista. Estar consciente de que a morte pode chegar a qualquer momento, faz com que Roy reflita sobre suas escolhas e opções a partir do momento que foi obrigado a abandonar sua antiga vida. 
O ritmo do livro muda e nos vemos enterrados em um hotel barato à beira da estrada e às reflexões de Roy. Os eventos relacionados à fuga se tornam irrelevantes e o que passa a ser importante é o cotidiano, o próximo passo… a próxima decisão a ser tomada.  

Quem conhece a série True Detective, vai encontrar em Galveston o toque peculiar do autor. O caminho repleto de obstáculos, a desesperança, um futuro incerto e nada promissor, a amargura de uma passado sofrido e os fantasmas do passado que os assombra. Há uma lado contraditório na trama que acabou me agradando… um matador de aluguel, que nunca se preocupou com ética e justiça, de uma hora para outra se sente moralmente obrigado a salvar a vida de uma prostituta. Saber que a morte está próxima pode mudar uma pessoa?

Enfim, Galveston não foi exatamente o que eu esperava, mas é um livro interessante que aborda temas como: morte, rancor, medo, sentimentos de impotência e apresenta situações que colocam em xeque valores morais e éticos.  


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