A podridão começa de dentro, mas é alimentada de fora.
p. 113
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Sinopse:
Após governar o povo do ocidente por décadas como Alto Rei dos bretões, Artor deve se preparar para enfrentar seu mais perigoso inimigo: a morte. Agora um homem idoso, o rei da Britânia precisa encontrar formas de manter seu legado vivo junto a uma nova geração de nobres que não compartilha de seus princípios e ideais.
Mas os planos de Artor logo são ameaçados pela visita de um homem peculiar ao Tor de Cadbury: Modred, rei dos brigantes e sobrinho de Artor, filho bastardo de sua irmã Morgause. Charmoso e elegante, Modred se infiltra entre os membros da corte, plantando a semente da discórdia que ameaça lançar por terra todos os avanços conquistados pelo rei ao longo dos anos. Enquanto isso, Gawayne, um dos mais leais cavaleiros de Artor, sucumbe à tentação e se submete aos prazeres de Miryll, a jovem senhora da ilha de Salinae Menor. Gawayne, porém, desconhece as verdadeiras intenções de sua nova amante. Unindo-se aos pictos, uma tribo pagã que há muito tempo foi expulsa de suas terras, Miryll planeja encontrar um cálice com supostas propriedades divinas e, com ele, destronar Artor.
Em meio a todos esses problemas, enfrentando ameaças do passado, o Alto Rei dos bretões precisará tomar decisões difíceis para manter viva sua lenda.
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O Cálice de Sangue é o terceiro volume das Crônicas do Rei Artur escrito por M.K. Hume. Aqui, encerra-se as aventuras de Artor, Guerreiro do Oeste… Alto rei dos bretões. Um desfecho de série digno de um dos maiores mitos. Quem nunca ouviu falar do rei Artur? M. K. Hume é mestre e doutora em literatura arturiana e mostrou com propriedade sua visão sobre a lenda de Artur, cuja existência é parte da história da Grã-Bretanha.
O Artur ou Artor, como escrito no livro, de M.k. Hume é bem diferente do personagem lendário que estamos acostumados a encontrar na literatura. Aqui, o elemento místico é muito discreto e não interfere na atmosfera sóbria que a trama transmite. Artur é um personagem que já foi retratado até a exaustão e imagino a dificuldade em tecer uma história que não caia na mesmice, mas Hume conseguiu escrever algo original. Sua visão do Auto Rei é extremamente crível e envolvente. Ela teceu a história de um homem valoroso e digno, porém repleto de falhas. Conseguiu trazer uma lenda à vida, Artor se tornou um homem real… com imperfeições, anseios, incertezas e temores.
Nesse terceiro livro, encontramos um Artor envelhecido, cujos avanços da idade pesam sobre seus ombros. Após muitos anos de paz e prosperidade, o reino de Artor é ameaçado pela discórdia e intrigas dentro de sua própria corte. No primeiro e segundo livros, acompanhamos a ascensão de Artor ao trono e seus feitos para consolidar seu poder. Agora, depois de tantos anos, Artor enfrentará a traição e a ameaça ao seu reinado.
Alguns personagens que tiveram um papel importante nos livros anteriores, não estão em O Cálice de Sangue. O que mais deixou saudades foi Myrddion Merlinus, sua sabedoria e conselhos ao Alto rei fizeram falta. Entretanto, novos personagens foram introduzidos, cujos papéis são imprescindíveis para o desfecho.
Hume compôs um enredo onde o caráter humano é peça chave, além de conseguir equilibrar com perfeição elementos como: violência, sexo, dor, alegria e desventuras que são retratados ao longo da série. Leitura obrigatória para os fãs de ficção histórica!
Apesar de ser um personagem mítico, eu quero acreditar que Artur seja real, pois a falta desse ícone de lealdade e honra seria algo triste. Encerro a série já com saudades de Artor e faço minhas as palavras de M.K Hume:
Ave, Artur, Rei dos bretões!
Eu gostaria que outro herói viesse tomar o teu lugar, agora que o oeste tem tanta necessidade de ti.